Os bons tempos voltaram. Hoje, como em 1956, você pode comprar uma Romi-Isetta novinha em folha. Mas não foram as Industrias Romi que reativaram a linha de montagem do modelo, em Santa Bárbara d?Oeste (SP). O carrinho renasceu pela iniciativa do empresário Américo Salomão, que produz a réplica desde 2008. "Quando estava restaurando a minha Isetta, meu irmão disse que gostaria de ter uma, mas lamentou o preço praticado pelos colecionadores. Daí tive a ideia de fazer uma réplica. A notícia se espalhou e vimos que havia muita gente interessada no veículo", conta Américo.
A carroceria é feita em fibra de vidro aplicada sobre uma manta especial, mais elástica, que confere maior resistência. Américo se orgulha de ter produzido a peça com apenas três moldes, as duas laterais e a traseira. O chassi tubular leva uma solda de qualidade superior. "Tanto que minha réplica não vai apresentar quebra do suporte do motor, problema comum no modelo", garante o empresário. Como na Romi-Isetta original, as janelas são em acrílico e apenas o quebra-vento se abre. Mas o para-brisa é em vidro laminado.
Veja a galeria completa da réplica de Romi-Isetta!
Aos poucos a réplica vai se aperfeiçoando. No começo, o veículo era equipado com o motor de 250cm³ de cilindrada da Honda Twister. Atualmente ela leva um propulsor de quadriciclo de 300cm³ e 30cv, que traz como vantagem a ré. Os freios são a disco nas quatro rodas. De acordo com Américo, o próximo passo é incluir um eixo diferencial, eliminando a corrente, para conferir mais segurança à sua dinâmica. "Também quero fazer uma unidade em fibra de carbono, que será mais leve e resistente", diz o empresário.
KNOW-HOW
A ideia de fazer uma cópia fiel do carrinho obrigou o empresário a produzir cada pecinha de acabamento, como a fechadura, o aro dos faróis, volante, alavanca de marcha e freio de mão, chaves de seta e lanternas. "Eu já tinha torno, fresa, solda, prensa, dobrador de tubo, enfim, todo o equipamento para produzir peças, que eu usava na minha empresa de radiocomunicação. Por isso eu já estava preparado para isso", explica Américo. Atualmente o veículo é produzido na cidade de Mairinque (SP).
Os únicos serviços terceirizados pelo empresário são tapeçaria, pintura (assim mesmo o carro é pintado na própria oficina por um pintor de confiança) e rodas (mas as formas são próprias). O farol usado na réplica é da Brasília, que tem o mesmo desenho e dimensões. Difícil é conseguir os pneus para as rodas de aro 10, que precisam ser importados. O teto solar tem o fechamento tradicional em tecido, mas, se o cliente quiser, pode optar por um com melhor vedação.
IDÊNTICA
Foi Antônio Carlos Migotto, um grande colecionador de Isettas, que cedeu uma carroceria para a confecção dos moldes. "A réplica ficou muito boa. Se puser ao lado de um original; você não sabe qual é qual", atesta. Outra pista de que a cópia em fibra é de boa qualidade foi a encomenda de uma unidade feita pela Fundação Romi. A réplica vai se juntar a outras duas Romi-Isettas originais no Centro de Documentação Histórica, mantido pela entidade em Santa Bárbara d?Oeste, para que os visitantes possam conhecer o veículo por dentro.
Uma réplica aos moldes de um modelo original custa a partir de R$ 25 mil, mas até agora a mais barata produzida custou R$ 28 mil. Isso porque o cliente pode escolher entre opções de rodas, pneus, pinturas, painel, volante, suspensão, tapete, estofamento e motor. A réplica é produzida apenas sob encomenda. O contato com Américo Salomão pode ser feito no site www.replicadeisetta.com.br.
Saiba mais sobre a história da Romi-Isetta.