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Rolls-Royce - Fantasma gentil

Primeiro modelo feito sob a batuta da BMW, Phantom reúne atributos tradicionais e tecnologia de ponta. Conheça o sedã mais sofisticado do mundo, que tem motor V12

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

O que está por trás de um nome? Ferrari é associada à esportividade, BMW à engenharia e Mercedes à sofisticação. Mas provavelmente não há relação mais direta do que a existente entre a Rolls-Royce e o luxo. Durante algum tempo, a marca nem divulgava potência e torque dos seus motores. Dizia apenas que eram adequada e suficiente, respectivamente.

Andamos no Phantom! Confira!

Com número limitado de unidades produzidas e pouca capacidade de investir, a rainha do luxo estava ficando tecnologicamente defasada. Em 1998, o conglomerado industrial Vickers, dono do fabricante, colocou à venda tanto a Rolls-Royce quanto a Bentley, que produzia os mesmos carros com grade dianteira e marca distintas.

Veja mais fotos do Rolls-Royce Phantom!

Quem levou a marca de maior prestígio foi a BMW, que adquiriu apenas os direitos do nome Rolls-Royce. A Volkswagen ficou com a Bentley, o maquinário e a fábrica de Crewe, no interior da Inglaterra. Pelo contrato, a BMW tinha cinco anos para lançar novo modelo e construir uma fábrica. Em janeiro de 2003, foi apresentado o Phantom, marcando uma nova era para a Rolls-Royce. Há apenas uma unidade do modelo no Brasil, que o caderno Veículos conferiu de perto.

Espírito da realeza revelado

Sedã impressiona pelo tamanho e a atenção aos pequenos detalhes. Passageiros são cercados por materiais de primeira qualidade e detalhes de projeto fazem diferença

É difícil descrever o Phantom. A primeira coisa que chama a atenção é o tamanho. O carro é enorme. São 5,83 m de comprimento, 3,57 m de entre-eixos, 1,63 m de altura e 1,99 m de largura. Mas os números não traduzem as proporções do Phantom.

Estilo da traseira é tradicional, com linhas curvas e lanternas arredondadas. Mostrador de reserva de potência substitui conta-giros no painel de instumentos


Curiosamente o carro não é exatamente bonito. Dá a impressão de um SUV com três volumes. Mas, se o objetivo dos projetistas era transmitir imponência, a missão foi mais do que cumprida.

Como um Rolls-Royce é o que é pelo luxo, o que importa é a vida a bordo, no banco traseiro mesmo. Para facilitar o acesso ao opulento interior, as portas traseiras se abrem no sentido contrário. A atenção é suprema ao detalhe. Há guarda-chuvas embutidos nas portas para evitar que os nobres ocupantes se molhem ao sair. O tecido com que são confeccionados é revestido de teflon para que possam ser guardados molhados sem mofar ou apodrecer.

Os assentos são poltronas individuais e têm todo tipo de regulagem elétrica, e os pés repousam num felpudo tapete do mais fino cashmere. Para preservar a privacidade, os bancos traseiros são recuados, alinhados com a coluna C. A contrapartida é um habitáculo não muito luminoso, com ligeira sensação de claustrofobia, apesar do amplo espaço para pernas, ombros e cabeça. As saídas do sistema de ventilação são em estilo retrô e os comandos, inspirados nas válvulas de órgãos de igreja.

Todo o interior é revestido por muitos metros quadrados de materiais nobres e as várias luzes de cortesia têm inspiração art déco, com formas geometricamente suaves e vidro fosco. Quem dirige encontra mais algumas peculiaridades. No lugar do conta-giros, há ponteiro que indica a reserva de potência, e o sistema multimídia fica escondido no painel de madeira quando não está sendo usado.

O motor é V12 de 6.7 litros de origem BMW, com 460 cv de potência e 73,5 kgfm de torque (sim, a BMW se preocupa em divulgar os dados). De acordo com o fabricante, a aceleração até 100 km/h é feita em 5,9 s e a velocidade máxima é limitada eletronicamente a 250 km/h. Nada mau para um peso pesado de 2.450 kg. O câmbio é automático de seis marchas com alavanca na coluna de direção sem possibilidade de trocas manuais. Não, não é por falta de capacidade técnica. Simplesmente não combina ter que passar pelo incômodo de trocar as marchas. Mesmo que a tarefa ingrata fique por conta do motorista.

Não há revendas da marca no Brasil, mas a rede BMW representa a Rolls-Royce. Em Minas, a autorizada é a Euroville. Como não há tabela oficial, o preço pode variar em função do câmbio e das opções de personalização, mas a estimativa é de que um Phantom custe cerca de R$ 2 milhões.