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Rolimã - Bicicletas que fizeram história no Brasil

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Por volta da década de 1960, existiam no país dezenas de fabricantes de bicicletas , assim como de marcas e modelos. Os tamanhos não eram padronizados e o diâmetro das rodas variavam entre 20 e 28 polegadas. Porém, à partir dos anos 1970, o mercado nacional ficou polarizado e controlado pelas fabricantes Caloi e Monark, que chegaram a dominar 95% das vendas. Na atualidade, as opções são as mais variadas para quem quiser sair pedalando uma magrela por aí. Para refrescar a memória de várias gerações, o Rolimã selecionou algumas das bicicletas nacionais que rodaram ou ainda rodam pelo Brasil afora.

 

BARRA Muito utilizada por trabalhadores de diversas regiões do Brasil, o sucesso da Monark Barra Circular deveu-se à sua robustez e resistência. Produzida em aço-carbono e quadro com reforço circular dentro do triângulo central, as primeiras unidades, da década de 1960, tinham rodas tamanho 28 polegadas e depois passariam ao padronizado aro 26,5 polegadas. Para tentar fazer frente à Barra Circular, a Caloi lançou a princípio a Barra Dupla, e, posteriormente, a linha Barra Forte e Barra C, mas essas nunca alcançaram o estrondoso número de vendas da concorrente. Porém, com o surgimento das mountain bike nos anos 1990, esse conceito de bicicleta sofreu grande redução de vendas. A Monark ainda teve nos anos 1980 a Barra Circular Mirim, com aros 14, 16 e 20 polegadas, que atualmente são valiosos ítens de colecionadores.


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DOBRÁVEL Outro destaque entre as bicicletas produzidas pela Monark em meados dos anos 1960 foi o modelo Monareta. Com desenho semelhante ao da Caloi Berlineta (primeira bicicleta dobrável do país), tinha aparência moderna e rodas tamanho 20 polegadas. Com boa aceitação pelo público jovem, teve várias versões de acabamento, entre elas a série Centauro, Águia de Ouro, Olé 70 e Kross. Já a prática e funcional Dobramatic permitia que fosse dobrada, facilitando o transporte em viagens e armazenamento. Deixou de ser fabricada em 1989, devido a concorrência de novas tendências da época.

 

FEMININA Inicialmente para exportação, a Caloi começou a produzir em 1971 a Caloi 10 e a Ceci. Com grande repercussão no mercado, o diferencial dos modelos ficava por conta do bom acabamento, mas com preços bem mais salgados. A esportiva Caloi 10 imitava as bicicletas de competição com 10 marchas acionadas por duas alavancas e tinha rodas aro 27 polegadas. Sua concorrente, a Monark Positron10, foi a pioneira na utilização de câmbio traseiro indexado. A Ceci, com rodas tamanho 26 polegadas, era uma bicicleta voltada para o público feminino. Com desenho atrativo e refinados acabamento e pintura, vinha com uma cestinha acoplada ao guidão.



 

CROSS Sonho de consumo da garotada nos anos 1980, as bicicletas estilo cross foram fenômenos de vendas. Em 1978, a Monark lançou duas versões da sua BMX : Super e Especial. A Super vinha caracterizada com banco e tanque que imitava uma motocicleta, e outras partes em material plástico. A versão Especial vinha mais pelada, mas podia ser equipada com opcionais ao gosto do cliente. Alguns anos depois seria lançada a BMX Pantera Superstar, com freio a tambor na roda traseira, garfos cromados, adesivos especiais e pneus coloridos. Um pouco mais refinadas que as BMX, a Caloi oferecia como rivais as Caloicross Extralight e Extranylon.

 

HÍBRIDA Surgidas em 1985, a Monark Ranger e a Caloi Cruiser foram inspiradas nas chamadas "beach cruiser" e bem-aceitas por muitos ciclistas. Cooperaram fortemente para a aposentadoria dos modelos barra. Tinham características de modelos mountain bike e praia, apesar de não serem especialistas nas modalidades. Mesmo assim, pelo elevado preço das importadas e por falta de opções, acabaram sendo bastante usadas nas trilhas e orlas. Adaptações no guidão, sistema de freios e marchas serviam como alternativa para quem se arriscava a pedalar em percursos fora de estrada.



 

ALUMÍNIO A Caloi Mountain Bike 18, criada em 1989, foi a primeira bicicleta típica para o esporte. Outras marcas pouco conhecidas também se arriscaram a entrar no segmento, mesmo ele sendo ainda controlado pelas duas gigantes. Com a chegada das importadas de alta qualidade, a Caloi lançou em 1990 um modelo pioneiro com quadro de alumínio: a mountain bike Aluminium. Assim, a Caloi tornou-se a maior fabricante de quadros de alumínio do mundo, enquanto a participação da Monark nesse nicho foi bem mais tímida.

 

INVASÃO O mercado de bicicletas cresceu assustadoramente à partir dos anos 1990 e 2000. As líderes Caloi e Monark receberam a companhia de uma terceira concorrente, a Sundown, além da chegada dos novos produtos importados. Muitas marcas menores também surgiram e pulverizaram o setor. Mesmo com a disponibilidade de modelos sofisticados e de boa qualidade para a prática de mountain bike, corridas e BMX , outros, de baixa qualidade, também estão à venda. Por isso, é importante o consumidor ficar atento e pesquisar bastante antes de adquirir uma bicicleta.