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Revestimento - Imitação quase perfeita

Uso de material sintético, muito semelhante ao couro natural, tem encontrado boa aceitação pelos proprietários de automóveis. Aprenda o macete para diferenciá-los

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Por ser mais maleável, couro sintético tem acabamento melhor do que o natural

De uns tempos para cá as empresas especializadas em revestimento de bancos automotivos têm usado couro sintético com aspecto e acabamento muito parecido com o natural. É claro que o principal chamariz desse produto é o menor preço, cerca de 30% mais barato do que o couro natural. Por ser mais maleável, o acabamento do serviço com o material sintético é até melhor que o natural. Contribui para isso o fato de o couríssimo resistir, mas menos que um couro natural, ao emprego do aquecimento para deixar o acabamento final mais liso.

Mas não é qualquer couríssimo que agrega todas essas características. É necessário analisar a qualidade do produto usado por cada empresa porque existe diferença gritante entre os fornecedores. É a espessura do poliuretano, material do produto sintético, que vai determinar sua resistência. Por isso, em alguns casos, o couríssimo pode ser mais durável do que o couro natural. Uma das qualidades do couro natural é esquentar menos do que o sintético, já que seus poros absorvem a umidade. Com isso, o couro natural se adapta melhor à temperatura ambiente.

Apesar de todas as qualidades do couríssimo, Ivandro Merlo, sócio-diretor da Courotec, conta que nada substitui o couro natural. Mas esse material demanda alguns cuidados que o sintético não precisa. Como a sujeira fecha os poros e resseca o couro, Merlo recomenda a limpeza (com água e sabão neutro) e a hidratação (a base de óleo vegetal) de seis em seis meses (serviço que custa R$ 150). Segundo ele, esse tipo de cuidado aumenta bastante a durabilidade dos bancos. Ele recomenda não usar silicone na manutenção dos bancos em couro porque o produto fecha os poros e estraga o revestimento.

Atenção
Por serem muito parecidos, o couríssimo tem sido vendido como natural, geralmente numa peça com o uso misto dos dois. "Estou parando de trabalhar com várias concessionárias. Tenho notado que elas estão vendendo aos seus clientes bancos 100% em couro natural, mas na verdade me encomendam uma capa mista com couro 50% natural e 50% sintético", conta Paulo Marino Muratori, da Belcap, empresa que está há mais de 30 anos no ramo.

Tanto Muratori quanto Merlo usam o tato para saber qual couro é sintético (quando é de boa qualidade) e qual é natural. Eles contam que é difícil um leigo diferenciar os dois produtos, mas se o leitor ficar na dúvida pode analisar a textura do material. "O couro natural é mais áspero, pode até ter alguma imperfeição natural, então o seu toque será mais aderente. O toque do couríssimo é mais liso e uniforme", explica o sócio-diretor da Courotec.

Outros
Não são apenas nos bancos que se usa o couro. Revestir o volante com couro também é um serviço comum nessas empresas. O preço desse serviço é cerca de R$ 100. Com esse preço, o couro é natural. De acordo com Merlo, a Courotec só realiza serviço com esse material porque o couríssimo é muito liso e o volante necessita de um mínimo de aderência. A manopla do câmbio e a coifa protetora da alavanca são outros lugares comuns de se revestir com couro. O preço da instalação nesses locais é de R$ 50 cada.