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Renault Frendzy Concept - No trampo ou na farra

Multiuso-conceito adianta o futuro Kangoo, enquanto mostra soluções para trabalho ou passeio. Modelo será atração no Salão de Frankfurt, em setembro

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É da natureza da carroceria multiuso servir tanto ao trabalho quanto ao lazer. Para grifar essa dualidade, a Renault criou o Frendzy Concept, que será uma das estrelas da marca no Salão de Frankfurt, em setembro. O modelo pode ser considerado uma antecipação da 3ª geração do Kangoo. O estilo adianta também a nova linguagem estilística da Renault, marcada pela grade que integra visualmente os faróis e o logotipo do losango, propositadamente maior. Trata-se do quarto carro-conceito a estampar essa nova linguagem, que começou no conceito DeZir e já passou pelo crossover Captur e o monovolume R-Space.

 

Escritório e mesa de buteco

O Frendzy usa o mesmo motor elétrico dos compactos da linha Zero Emissions. A marca não adiantou detalhes, apenas informou que a propulsão é a do Kangoo Z.E. Concept, cujo motor elétrico gera potência equivalente a 95cv. Deve levar o Frendzy à velocidade de 130km/h, que é limitada pelo fabricante, com autonomia de 160 quilômetros proporcionada por baterias de íons de lítio.

Como em outros carros urbanos moderninhos, o Frendzy recorre à assimetria. O lado do motorista tem duas portas de abertura inversa – a traseira é do tipo suicida (abre em sentido contrário). Segundo a marca, a solução representa a esfera da família, que tem as portas escancaradas como um convite. O outro lado, por sua vez, também não tem coluna central, só que a porta traseira é corrediça, no que remete ao trabalho. A porta deslizante aproveita a grande superfície externa para abrigar uma tela LCD de 37 polegadas, que pode anunciar o negócio do motorista ou ofertas. Por dentro, a mesma superfície serve como quadro-negro para anotações ou para rabiscos da criançada, devidamente aboletadas no banco traseiro, que pode ser escamoteado junto com o assento do passageiro dianteiro na hora do batente.

Portas de abertura invertida facilitam o acesso de pessoas, enquanto tampa do porta-malas dividida permite acomodar cargas volumosas; banco traseiro pode ser embutido



O responsável pelo estilo externo do carro, Deyan Denkov, diz que “queria fugir do formato tradicional de veículos comerciais e, fazendo isso, mostrar que esse tipo de carro também pode ser muito emocional, dinâmico e mais atrativo. Inspirei-me em várias fontes, incluindo aeronaves de formato incomum, como o Airbus Beluga e o Antonov 224”. Tanto esmero também tem uma explicação mercadológica: o segmento de veículos comerciais leves é um dos mais relevantes para a companhia, que o lidera há 13 anos na Europa, onde também compete com as vans Trafic e Master.

ESTÁ NA HORA O posto de condução é marcado pelo painel recuado, com apenas o módulo de instrumentos e um curto console central. Parece uma daquelas poltronas de escritório. Ali fica o computador do tipo tablet PlayBook da BlackBerry, com tela de sete polegadas que serve tanto para o motorista organizar o seu serviço quanto para a criança que quer apenas assistir a desenhos. Na hora de trabalhar, o teto alto permite a acomodação de cargas, que ficam presas ao chão graças ao uso de ímãs. A superfície do painel é recoberta de mostradores e fontes de luz de inspiração orgânica. A luz ambiente verde marca o horário de trabalho, enquanto os retrovisores externos ficam na vertical, como em furgões comerciais. Na hora do lazer, a luz se torna alaranjada e os retrovisores voltam para a horizontal, para esquecer do trampo. Como se precisasse lembrar.

Faróis pequenos e lanternas irregulares devem chegar aos Renault de produção