A mística do 911 resistiu a tudo nos seus 47 anos de história, incluindo, até mesmo, os planos da Porsche em descontinuá-lo. E, para os puristas que acham que a história do esportivo alemão terminou em 1998, quando o motor refrigerado a ar deu lugar a uma unidade refrigerada à água, alguns pequenos fabricantes fazem recriações dos 911 originais, com as mesmas formas simples e esguias, mas com mecânicas mais bravas e mimos impensáveis para época. É o caso da americana Singer Design, da Califórnia e da britânica PS Auto Art, de Suffolk.
Como diz o slogan da Singer, pequeno fabricante americano que se especializou no espécime: "restaurado, reimaginado e renascido". Na prática, o 911 recriado pela companhia mescla a delicadeza dos primeiros modelos dos anos de 1960, o espírito de competição dos exemplares de longo capô da década seguinte e a solidez e sofisticação dos anos 1980 e de 1990, quando os 964 e 993 provaram que o antigo cupê poderia ser um esportivo de luxo.
Veja a galeria do modelo 911 da Singer!
Para manter a estética original, a Singer toma como base os modelos produzidos entre 1963 e 1989, mantendo da carroceria apenas as colunas, o teto e os pontos de fixação da suspensão e da transmissão, tudo embalado pelo mesmo estilo da década de 1960 recriado em chapas de fibra de carbono. Mas o "singelo" 2.0 "boxer" de seis cilindros contrapostos e 130cv dá lugar ao 3.6 do 993 de 1993, mas com litragem aumentada para 3.820cm³ graças ao novo conjunto de pistãos e cilindros, que se somam aos componentes de competição do 997 GT3, como bielas e bomba de óleo, além de controle de tração e de "largada", para proporcionar as melhores arrancadas possíveis. Com 430cv de potência, 47kgfm de torque e câmbio manual de cinco marchas, o esportivo de apenas 1.088kg acelera até 100km/h em 3,9 segundos (contra 7,5 s do original), com velocidade máxima superior a 270km/h.
RECHEIO MODERNO
No continente europeu, a PS AutoArt trabalha sobre os ainda não tão valorizados 964, como são chamados os 911 produzidos entre 1989 e 1993. A geração é conhecida por ter introduzido uma série de tecnologias da Porsche só introduzidas pela marca no supercarro 959, entre elas: freios ABS, tração integral, aerofólio automático e câmbio automático sequencial Tiptronic, além da prosaica direção hidráulica. Ou seja, foi um divisor de águas para o bólido, que perdeu a sua "pureza", mas passou a contar com um belo 3.6 de 250 cv, base para o carro da Singer.
Conheça os modelos da PS AutoArt!
Entre as versões, há o cupê Retro Touring e o Retro Targa, respectivamente cupê e conversível com coluna central. Ambos vêm de série com câmbio manual de cinco marchas e tração traseira, mas podem receber tração integral e câmbio Tiptronic, um verdadeiro contraste com as rodas estilo Fuchs aro 16 e os piscas sob os faróis. Para os que desejam veneno à moda antiga, é possível optar pelo Retro R, uma versão que pode vir com motor 3.8 de 330cv de potência e 40,7kgfm.
Ainda há uma configuração mais leve, de 1.220kg, inspirada nos RS da década de 1970, um bólido capaz de acelerar até 100 km/h em menos de 5 segundos e ultrapassar os 280km/h. Tudo com a possibilidade de uso cotidiano, uma robustez assegurada pela garantia de três anos. Igual a um Porsche original em tudo, até na confiabilidade.