A Italdesign é um dos estúdios de desenho industrial mais famosos do mundo. Capitaneado por Giorgetto Giugiaro, é responsável por clássicos como a primeira geração do Golf, Lancia Delta e Alfa Romeo Brera, e também por veículos produzidos no Brasil, como os Fiat Uno e Punto.
Apesar de não restringir sua atuação ao setor automobilístico - de suas pranchetas já saíram as formas de máquinas fotográficas e até mesmo de tipos diferentes de macarrão. Para comemorar seus 40 anos de atuação, a Italdesign fez parceria com a Toyota e apresentou um conceito esportivo, com tração integral e tecnologias que respeitam o meio ambiente.
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Apropriadamente chamado de Quaranta, o veículo é inspirado no Bizzarini Mantra, de 1968, o primeiro conceito de um veículo monovolume com motor central. Diferentemente do que se imagina quando a carroceria monovolume é mencionada, o Quaranta não é um veículo alto ou desajeitado. A lateral forma uma linha praticamente contínua, com pára-brisa quase horizontal.
A traseira, por sua vez, é caracterizada por ângulos vivos, que aliam agressividade com a melhoria do fluxo aerodinâmico. Isso fica evidente nas entradas de ar laterais. De tão bem integradas à carroceira, são até difíceis de serem identificadas.
No interior, uma característica singular são os controles incorporados nos raios do volante. Todas as funções normalmente delegadas às hastes que saem da coluna de direção passaram para a posição frontal, melhorando o acesso aos comandos.
Mas talvez o mais interessante aspecto seja o aproveitamento do espaço. Como o motorista fica no centro da cabine, há lugar para mais dois ocupantes. Uma característica rara em esportivos de motor central. O motor principal é V6 de 3.3 litros de origem Toyota, o mesmo usado em modelos híbridos, como o SUV Highlander. O Quaranta também incorpora os sistemas elétricos e de gestão da potência usados pela montadora japonesa em seus veículos de produção. Além de reduzir consumo e emissões, o sistema é usado para melhorar o comportamento dinâmico e o uso do espaço interno.
Os motores elétricos nos eixos dianteiro e traseiro, além de contribuir para o desempenho, fornecem tração integral, o que traz benefícios para a estabilidade e elimina o eixo de transmissão. Só dessa forma foi possível colocar o piloto no centro do habitáculo. Em relação ao sistema Toyota, o conceito da Italdesign traz inovação importante. Foram instaladas placas fotovoltáicas no teto para aumentar autonomia das baterias e possibilitar que o motor elétrico seja usado com mais freqüência do que nos híbridos “convencionais”, como o Prius.
Como o peso é relativamente reduzido pela construção com materiais leves, como fibra de carbono, a potência de 271 cv do sistema propulsor garante aceleração até 100 km/h em quatro segundos e velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h. Nada mal para um esportivo em que o consumo, garante o projetista, é equivalente ao de um carro com motor de quatro cilindros.