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Protetor de cárter começa a ser questionado - Anjo ou diabo?

Peça para evitar avaria no fundo do motor é desaconselhada pela Volkswagen, mas adotada amplamente por outros fabricantes. Consumidor deve exigir componente homologado

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Gol: a Volkswagen já eliminou o protetor e especialistas discutem a eficiência do equipamento


Ao passar por vias esburacadas, não adianta pedir ajuda ao santo. Nesse momento, a fé de grande parte dos motoristas brasileiros é depositada no protetor de cárter. A peça que protege o fundo do motor, onde fica o óleo, começou a ser questionada depois de a Volkswagen desaconselhar o uso. A marca afirma que a peça pode trazer problemas, como interferir na deformação das peças em caso de batida e até danificar o bujão do cárter, o que causaria vazamento do lubrificante do motor. A marca sequer homologa qualquer protetor.

No caso da Volkswagen, o fabricante tem o projeto de um cárter híbrido, que já incorpora a proteção sem a necessidade de uma peça específica. Mas outros fabricantes adotam a peça. A Honda oferece para todos os carros. A Peugeot equipa todos seus modelos de série com a peça. A Chevrolet oferece como item de série no Classic, no Celta quatro portas, Agile LTZ, Cobalt, Spin e S10. A Ford tem protetores homologados apenas para o Ka, Fiesta e antigo EcoSport. A Renault informa que atualmente todos os modelos da marca, com exceção do Clio, saem de fábrica com o protetor de cárter instalado. Porém, existe para o Clio uma peça homologada, que é vendida nas concessionárias e necessita também dos grampos de fixação para ser instalado.

O protetor pode evitar o choque direto do cárter com obstáculos

CASO A CASO No caso de quem roda apenas por bons pisos, alguns especialistas até dizem que o protetor seria dispensável. De qualquer forma, a escolha privilegia os itens homologados, ou seja, certificados pelo fabricante. Chapas mal projetadas, não adequadas ao projeto, podem interferir até na refrigeração do motor. Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços técnicos da Ford, lembra do caso de um Focus 2.0 automático que superaquecia quando carregava reboque, pois o motor e caixa não refrigeravam da maneira correta. Há controvérsias sobre a eficiência do equipamento: especialistas argumentam que, em algumas situações, o carro sem o protetor não esbarraria no obstáculo, pois é mais baixo do que o cárter.

Para se proteger, a altura do conjunto roda/pneu pode ser aliada nesse momento, ainda que atrapalhe a aerodinâmica e, por isso mesmo, aumente o consumo. Ainda assim, carros mais elevados, como a gama Adventure e Trekking da Fiat, trazem o protetor de série, tal como os comerciais Ducato e Fiorino. Da mesma forma, os mais baixinhos Punto T-Jet e Bravo incorporam a proteção de fábrica, enquanto o resto da gama conta com o protetor como acessório.