João Montsserrat - Estado de Minas
Estacionar nas ruas de Belo Horizonte não é uma tarefa fácil. Nem mesmo nas regiões de comércio, serviços e lazer, mais movimentadas, onde os rotativos têm tempo máximo de permanência regulamentados por uma, duas ou cinco horas, é simples conseguir uma vaga. Diante da dificuldade imposta aos motoristas, não só pelo grande contigente de veículos circulando na capital, mas também pela insegurança, os estacionamentos se tornaram uma opção comum para o uso cotidiano. Um em particular, porém, tem causado a indignação de muitos usuários: o do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins). O preço desse estacionamento teve um aumento de 100% no valor cobrado pela hora no local - passando de R$2 para R$4 - sem oferecer uma infra-estrutura condizente com o preço agora praticado, como área coberta, vagas mais bem demarcadas, piso mais apropriado para o rolamento do carrinho de bagagem, entre outros.
Necessidade
Segundo Adair Moreira Júnior, superintendente do aeroporto de Confins, os preços foram reajustados a fim de alinhar os valores do estacionamento com aqueles praticados nos demais aeroportos de categoria 1, na qual Confins está incluído. "Quando o aeroporto não tinha muitos vôos, o preço estava subsidiado, como forma de incentivar o uso, e ficou com preço abaixo do mercado. Até abril, o preço cobrado por uma hora estava era de R$2, sendo que o valor cobrado no mercado de Belo Horizonte é muito acima disso", explica.
Heloísa Vidigal, gerente institucional da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), concorda com o superintendente e defende que o reajuste na tarifa horária de Confins não é abusivo e está dentro da realidade dos preços cobrados em estacionamentos de Belo Horizonte. "É o mesmo caso das regiões comerciais da capital, nas quais a procura é maior que a oferta. Comparativamente, tem preços até maiores. Lá não há cobertura, é um agravante. Muitos deixam o veículo lá um, dois dias para ir e voltar a trabalho, aí pesa, mas não está longe do preço cobrado em Belo Horizonte", defende. Vidigal afirma ainda que em um primeiro momento, o aumento do valor fixado anteriormente é motivo de preocupação para o usuário. "Quando dobra-se o preço, o consumidor fica assustado, mas, se comparado com o que é cobrado nas regiões comerciais da capital, não está passando dos preços praticados normalmente", afirma.
Melhorias
Segundo Adair, mais 1.500 vagas, a princípio, e, posteriormente, com a construção do edifício garagem, também estão na pauta da Infraero, como forma de melhorias. "Houve a necessidade de se fazer uma ação rápida, que será a criação de 1.500 vagas. Estimamos que, no máximo em nove meses, elas já estejam disponíveis. Para construir o edifício garagem, temos que fazer o projeto, licitar e executar. Mas, antes, para poder construir este prédio, temos que aumentar o numero de vagas", afirma. O superintendente diz também que não há uma previsão de quando o edifício garagem será construído, mas existe a possibilidade de que a construção ocorra juntamente com a reforma prevista para o aeroporto. "É difícil citar prazo, pois também vamos reformar o aeroporto. Há a possibilidade de sair junto, até 2010, 2011. Se percebermos que a demanda está grande, nós nos antecipamos. Não podemos correr o risco de perder o usuário", completa.
Preços - Faltam bons serviços
Valor cobrado no estacionamento do aeroporto de Confins tem reajuste de 100% e oferece poucos benefícios. Previsão de melhorias inclui criação de vagas e edifício garagem