Ao abrir o porta-malas do seu Fiat Siena EL 1.4 2010/2011 para fazer a calibragem do estepe, o consultor de marketing Carlos Daian, de Belo Horizonte, percebeu que alguns documentos e roupas apresentavam aspecto de mofo e mau cheiro. “Foi quando verifiquei pela primeira vez que estava entrando água no porta-malas. Nesse dia, choveu muito e o compartimento do pneu sobressalente ficou totalmente alagado. Não podia imaginar que uma coisa dessas fosse acontecer com um veículo com pouco mais de um ano de uso”. Segundo o consultor, o carro nunca foi batido, então, ele logo pensou na possibilidade de defeito de fabricação.
Depois de algumas dificuldades no agendamento de uma avaliação do problema com a rede autorizada Fiat, foi detectado pela concessionária Roma os locais onde ocorriam a infiltração. “Inicialmente, os técnicos desconfiaram de avaria na guarnição (borracha) que veda a tampa do porta-malas. Mas no teste realizado com mangueira de alta pressão ficou constatada a penetração de água pela lanterna esquerda, em dois pontos de soldas da contra chapa do painel e também pela borracha da fiação da luz de placa e do brake light”, relatou Carlos.
REPARO
Para a correção do defeito em cortesia, apesar do término da garantia, a oficina da revenda utilizou massa para calafetar os pontos recém-descobertos responsáveis pela entrada de água. O problema foi solucionado, mas Carlos ainda tem uma preocupação: “O técnico da concessionária afirmou que a solução foi um meio paliativo, pois para melhor eficiência do serviço seria necessário a aplicação de um revestimento chamado PU (poliuretano). Enquanto isso, é aguardar a chegada da próxima temporada de chuvas para confirmar o sucesso do reparo realizado”.
Outro Fiat Siena que apresentou entrada de água no porta-malas é o da contadora Jane Barrilao, de Timóteo, Região do Rio Doce. Ela também possui um modelo EL, ano 2009/2010, que só demonstrou o problema quando mudou-se temporariamente do seu apartamento para a casa de seus pais. “Na nova residência a parte traseira do carro ficava descoberta, enquanto no prédio onde morava anteriormente o espaço era totalmente coberto”, explica. De acordo com Jane, no último período de chuvas, o porta-malas ficou completamente inundado e consequentemente mofado.
Na concessionária Dinauto, de Ipatinga, Região do Rio Doce, um laudo técnico da oficina confirmou infiltração de água pela guarnição do vão do porta-malas. “Houve também vazamento por uma das portas traseiras, e foi necessário escoar a água pelo dreno ali existente”, completou Jane. A contadora não teve a mesma sorte que Carlos, pois a Fiat não autorizou os reparos no veículo sem custos devido ao fim do período de garantia. Informou ainda não ter sido evidenciado qualquer vício de produto. Assim, Jane recusa-se a pagar pelo conserto orçado em R$ 1.513, pois ela considera a infiltração uma falha na fabricação do veículo. “O carro nunca bateu. Fiz todas as revisões programadas na rede autorizada Fiat, como também a de carroceria no primeiro ano da compra. Por isso, discordo da posição da montadora que não quer assumir o problema”, afirmou.
FABRICANTE
Consultada, a Fiat informou que os casos citados são pontuais e que contatou os consumidores com a recomendação de que os veículos fossem encaminhados para a rede de concessionárias para a realização de análise e eventual reparo. A montadora ainda ressaltou que a não realização das revisões programadas previstas nos manuais que compõem o veículo, impedem eventual conserto sem ônus.