Um Porsche novo (2.500 quilômetros) se incendiou no Bairro Belvedere, em Belo Horizonte. O proprietário o enviou para a importadora/concessionária em São Paulo (Stuttgart) e alegou que a fábrica tinha realizado um recall daquele modelo (911 Carrera 2012), mas que ele não tinha sido informado. E o motivo era exatamente a troca de dutos de gasolina para evitar incêndio. A Stuttgart negou. Nossa reportagem consultou também a importadora e ela voltou a negar. Recorreu então à própria Porsche, que confirmou o recall. Nesse momento, ao ser informada de que a própria fábrica tinha confirmado o chamado dos carros de volta às concessionárias, a Stuttgart voltou atrás e explicou que, nos modelos importados para o Brasil, os canos de gasolina foram substituídos antes da entrega do carro, ainda zero quilômetro, ao proprietário. Ora, diante da mentira dupla, para o dono do carro e para o jornal, e da “coincidência” do incêndio exatamente no local (motor) onde a tubulação deveria ser substituída, publicamos uma matéria sobre o acidente com o 911 (2/11/2013 ), questionando se o recall tinha realmente sido feito. Com a repercussão do caso, a Porsche mandou dois engenheiros para o Brasil e o carro foi exaustivamente examinado com a seguinte conclusão: o recall tinha efetivamente sido realizado e o fogo foi provocado por um pano esquecido no motor pela oficina de Belo Horizonte, que fez a troca do óleo aos 2 mil quilômetros. Depois que o carro rodou algumas semanas, o pano caiu sobre o escapamento e pegou fogo, dando origem às chamas.