Não é segredo que são poucos os motoristas que substituem o catalisador do veículo quando necessário. No momento da troca, é muito comum a instalação de catalisadores falsos, com o consentimento do dono do carro. Com a chegada da inspeção veicular, que, de acordo com Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), será obrigatória, esse artifício não poderá mais ser usado, forçando esses proprietários a usarem um catalisador que não seja um engodo.
Mas, além de não tratar o gás expelido pelo motor, o uso do catalisador falso pode acarretar outros problemas, como explica Valdecir Rebelatto, da Mastra, empresa que fabrica catalisadores. ?Com o falso componente, o consumo de combustível pode aumentar em até 10%?. Outro efeito é a mudança na contrapressão, que gera alterações no sistema de injeção eletrônica, marcha lenta, desgaste de peças e arraste de óleo do motor. Geralmente os veículos que usam catalisadores falsos emitem ruídos mais altos porque não trazem internamente a colmeia de cerâmica, que cria uma resistência, reduzindo a velocidade do ar e funcionando como um abafador de ruído.
80 mil km
Existe uma grande crítica a respeito do alto preço do catalisador, mas Valdecir explica que um catalisador genuíno, que equipa o veículo desde a fábrica, deve durar pelo menos 80 mil quilômetros, uma exigência do Conama, o mesmo órgão que determina que o componente de reposição deve durar no mínimo 40 mil quilômetros. E, por se tratar de uma peça com tamanha durabilidade, o gerente de engenharia da Mastra afirma que o catalisador não é tão caro.
Geralmente, o preço do componente acompanha o de outras peças. Se o carro é popular, o catalisador tende a ser mais barato (de R$ 300 a R$ 350). Se for mais sofisticado, o preço aumenta (de R$ 450 a R$ 500). Valdecir alerta que o catalisador pode durar bem mais que isso e depende muito da manutenção feita no carro, além do óleo e do combustível usados.
Não é possível limpar o catalisador para aumentar sua vida útil. Por isso, sua substituição é a única forma de fazê-lo voltar a transformar os gases do motor. Nos veículos atingidos por enchentes, a troca desse componente é obrigatória. Também é preciso ficar atento à limpeza dos bicos injetores que, além de desnecessária, quando é feita com o motor funcionando, leva toda a sujeira para o catalisador.
Funcionamento
No catalisador, o gás expelido pela queima do combustível nos cilindros passa por uma espécie de colmeia de cerâmica, com metais nobres capazes de transformar os gases do motor em outros que não são nocivos à saúde. Dessa forma o monóxido de carbono (CO) é convertido em dióxido de carbono (CO2); os hidrocarbonetos (HC), em água (H2O); e os óxidos de nitrogênio (NOX), em nitrogênio (N2).