A primeira marca chinesa a conquistar o “cobiçado” troféu da mentira foi a Effa-Lifan. Aliás, a dupla já nem existe mais, pois a sociedade foi desfeita: Eduardo Effa, empresário uruguaio, importava e montava veículos da chinesa Lifan e era o operador da marca no Brasil. Tantos foram os problemas entre os dois grupos que o casamento foi desfeito e a Lifan assumiu as operações nos dois países.
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Antes disso, entre o fim de 2011 e início de 2012, veículos comerciais da linha Effa tiveram problemas para serem registrados nos Detrans, pois foi constatada uma remarcação de chassis. Fato pouco usual em carros zero quilômetro, o problema atingiu centenas de pequenos comerciais Start, a picape Plutus (cópia da Chevrolet Colorado) e o compacto M100. O motivo óbvio da remarcação foi permitir a alteração do ano-modelo, com óbvias vantagens financeiras pela “atualização” fictícia do veículo no documento.
Pressionado pelos clientes e pela imprensa, Eduardo Effa conseguiu uma declaração da fábrica chinesa de que a rasura foi causada por um erro administrativo e eles não teriam atentado para as consequências da alteração. A Effa Motors tentou cobrir o sol com a peneira e declarou: “Tomamos conhecimento do fato quando os veículos já estavam nacionalizados e, em sua maioria, vendidos aos concessionários”.
A MENTIRA DOS VAPORES Além dos chassis remarcados, o Lifan 320 (cópia do Mini Cooper e pela qual a chinesa está sendo processada no Brasil pela BMW, dona da marca) apresentou o grave problema de vazamento de vapores de gasolina dentro do habitáculo de passageiros. A Effa voltou a mentir para se esquivar de um recall, alegando que o número de carros com o problema era pouco significativo e motivados por “mau uso” do frentista do posto ou do usuário. A verdadeira origem do problema foi um erro de projeto do tanque de gasolina que provocou falhas na tampa, no próprio tanque ou na válvula do cânister. Em vez do recall, a Effa se limitou a recomendar a seus concessionários – por meio de boletim – os reparos ou substituição das peças.
Os “laureados”
Essa é a relação da menos cobiçada premiação da imprensa automotiva nacional, o Pinóquio de Ouro...
2005
Toyota (garantia de três anos custava caro para o proprietário...)
2006
Oficinas “empurroterapeutas” (limpeza de bicos injetores...)
2007
Vectra GT (não era Vectra, mas Astra. Muito menos GT...)
2008
Peugeot (o 307 vencedor da Stock Car nunca foi um Peugeot...)
2009
Pirelli (recall não realizado dos pneus aro 17” do Vectra que estouravam...)
2010
Caoa-Hyundai (Conar obrigou empresa a retirar publicidade do ar...)
2011
Ministro Guido Mantega (medidas protecionistas provocando retrocesso na indústria nacional...)