De Indaiatuba, SP - A Peugeot sempre foi associada a carros de desenho arrojado. Mas, mesmo entre os gatos, existe carro que faz mais bonito na passarela, como é o caso do cupê médio RCZ. Depois de pintar no Salão de São Paulo, em outubro de 2010, o esportivo somente agora desembarca por aqui , custando R$ 139.900 (já com IPI novo), em versão única com motor 1.6 THP (de 165cv de potência e 24,5kgfm de torque), o mesmo que equipa o 3008, mas com 9cv a mais – o crossover receberá depois a mesma calibração. O câmbio é automático, de seis velocidades. O RCZ de 200cv disponível na Europa não tem caixa automática, algo exigido pelo público-alvo do cupê, segundo a marca. O motor mais bruto também colocaria o gato no saco, deixando o seu preço muito próximo do Audi TT.
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Falando em nome, o RCZ é o primeiro Peugeot de passeio a não receber três algarismos na denominação – aliás, a sigla não significa nada. Surgiu como conceito 308 RCZ no Salão de Frankfurt de 2007, onde voltou dois anos depois como carro de produção sem se desviar muito do conceito. No Brasil, a Peugeot destinou 200 unidades para 2011, volume de carro de imagem, que não tem obrigação de vender muito.
O jornalista Emílio Camanzi testou o RCZ na Espanha. Veja!
ESTAMPA Ainda que não conte com o novo estilo, que estreou no 508, chamar o cupê austríaco de desatualizado seria injusto. A frente tem faróis espichados – de xênon e direcionais – e bocão rasgado, como se espera de um Peugeot. A lateral tem arcos dos para-lamas esculpidos à base de esteroides, que se somam ao teto em arco e às bolhas do teto (sempre preto), ondulam até o vidro traseiro e prestam homenagem ao estilo da italiana Zagato. A traseira se alonga como em um esportivo de motor central e as lanternas têm luzes de LEDs. A tampa esconde o aerofólio retrátil, que sobe a partir dos 85km/h e pode ser acionado por botão. A Peugeot também oferece alguns acessórios, como rodas em aro 19. São cinco cores, sendo quatro metálicas (azul, cinza, preta e vermelha) e uma perolizada (branca).
Mesmo sendo um carro baixo (altura de apenas 1,36m), para entrar no RCZ não é necessário muita ginástica. O interior se diferencia do 308 nos revestimentos em couro no painel, além do relógio analógico. O pacote envolve, além dos previsíveis ar-condicionado de duas zonas, direção eletro-hidráulica e trio elétrico, outros itens como bancos elétricos aquecidos para os passageiros da frente, com memórica para o motorista, som CD/MP3 e seis alto-falantes, sensores de chuva, luminosidade e estacionamento, além de três anos de garantia. Os bancos traseiros tem muito pouco espaço. Embora o RCZ seja homologado para rodar sem estepe (tem kit de reparo), o cupê tem pneu sobressalente que ocupa a maioria dos 321 litros do porta-malas, cabendo ao proprietário levá-lo ou não, lembrando que os pneus 235/45 são mais suscetíveis a rasgos laterais.
ANDANDO A suspensão vem do 308 ( McPherson independente na frente e eixo de torção atrás), mas se beneficia de bitolas mais largas e altura menor. O ronco do motor foi alvo de afinação musical e, mesmo discreto, fica mais rouco em altas rotações. Em baixa ronronra, sem pedir muito para entregar o torque máximo, que chega a 1.400rpm. O câmbio automático de seis marchas faz boa tabela, mas fica devendo borboletas no volante, uma falha em um esportivo. A Peugeot divulga aceleração de 0 a 100km/h em 8,4segundos e máxima de 213km/h, o que é bom para um cupê de 4,28m e 1.383 quilos.
Confira as fotos do Peugeot RCZ em concessionária de Belo Horizonte!
A direção faz o que você quer de pronto e tem peso correto em baixas e altas velocidades. Os mais abusados podem desligar o controle eletrônico de estabilidade e arriscar a sorte. Lembrando que o cupê tem quatro airbags, duplo dianteiros e laterais, além de freios ABS. A linha de cintura alta, os vidros restritos e os bancos envolventes remetem ao berço e acomodam o aspirante a piloto. Só que os que querem aparecer vão sofrer com a impossibilidade de serem vistos direito pelos curiosos lá fora. Não importa: o que todos vão querer ver mesmo é o RCZ.