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Peso pena - Lotus cria estudo com técnicas de redução de peso

Associada a esportivos leves, a marca britânica criou como estudo um Toyota Venza mais leve para 2020

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A velha máxima de Colin Chapman "performance pelo baixo peso" ainda é a linha mestre que guia todos os modelos da Lotus. A marca britânica, conhecida também como criadora de soluções automotivas para outras marcas, desenvolveu um novo projeto de redução de peso em automóveis. O cuidado com a balança atinge todas as partes do carro, com exceção do trem de força. Como base, a Lotus tomou o crossover Toyota Venza. Após desmontar totalmente o carro e aplicar desenhos mais eficientes, integração de componentes, outros materiais e modificar o processo de fabricação e montagem, a fabricante afirma que conseguiu reduzir até 38% da massa do Venza, com o aumento de apenas 3% do custo.

Veja mais imagens do Venza e do projeto da Lotus!

O motivo? Um estudo do Departamento de Energia norte-americano afirma que a cada 33% de redução no peso, incluindo motor e câmbio, o consumo é reduzido em 23%. O emagrecimento está ligado diretamente à aerodinâmica como uma das formas mais eficientes de se obter economia de combustível e, de quebra, poluir menos.

O projeto 2020

Do estudo da Lotus foram criados dois modelos: um compromissado com o futuro mais próximo, para 2017, e outro com soluções mais avançadas para 2020. O projeto do Venza 2017 atingiu uma redução de 21% no peso com 2% de economia de custo, que ficou em 98% do preço do original. O carro de 2020 foi bem adiante e marcou 38% a menos na balança, com um custo 3% superior a um Venza atual.

A simplificação e integração inteligentes foram duas das chaves para o resultado. Para se ter uma ideia, enquanto a carroceria do Venza (sem equipamentos ou periféricos) possui 400 peças, após passar pelas mãos da Lotus o modelo passou a contar com apenas 211 peças. Além disso, novos materiais foram escolhidos. Enquanto a estrutura e carroceria do crossover de 2010 são feitas integralmente em aço, o modelo de 2020 se vale de 37% de alumínio, 30% de magnésio, 21% de materiais compostos e 7% de aço de alta resistência. Os para-choques adotaram tubulação em alumínio, 11% mais leve - magnésio foi pensado, mas influiria no custo.

Com isso, a estrutura passou de 382 kg para 211 kg, 42% a menos. Em nome da eficiência e baixo custo, o processo de produção também gasta menos energia com técnicas como colagem de peças (técnica utilizada nos esportivos de rua da Lotus) e soldagem controlada roboticamente. Outras partes foram aliviadas também. Os vidros são mais finos e o para-brisa e o vidro traseiro são fixados com adesivos. A iluminação por xenônio e LEDS é bem mais leve, tal como a fiação em alumínio.

Reforma interior

Think thin - o estudo foi baseado no atual Toyota Venza, um crossover que pode pesar até 1.835 kg



No interior, a maioria dos componentes mecânicos deu lugar a eletrônicos. O quadro de instrumentos foi substituído por módulos individuais. O módulo de ar-condicionado é integrado ao console e também incorpora porta-copos, que podem ser aquecidos ou resfriados. Uma tela de LCD sensível ao toque reúne as funções do câmbio e freios, dispensando também os cabos.

Com os bancos dianteiros montados no túnel, a estrutura de fixação (feita em aço) foi dispensada e 10 kg foram aliviados. A estrutura dos bancos em material composto é 50% mais leve. Até o carpete integral foi retirado em favor de quatro módulos em separado. O peso do interior baixou de 250 kg para 182 kg no modelo de 2017 e 153 kg em 2020, com uma economia projetada de 4% e 3%, na ordem. E o melhor: tudo pronto para a produção, com o equilíbrio entre custo e alívio de peso.