A maioria dos motoristas dá pouca importância ao pára-brisa do carro. Eles não ligam para pequenas trincas, acionam o limpador com o vidro sujo e trocam o original por qualquer produto mais barato do mercado paralelo. Mas acabam pagando caro pelo desleixo. Saiba como cuidar bem desse componente, para evitar rombo no orçamento e comprometimento da segurança.
Laminados
Embora a legislação exija vidros laminados, alguns motoristas trocam o componente original por temperado, que é bem mais barato e ainda é vendido no mercado paralelo. Uma "esperteza" que pode custar caro, pois, diferentemente do laminado, o pára-brisa temperado se despedaça em caso de choque e não evita a entrada de objetos, como uma pedra que caia de um caminhão de minério, que é muito comum nas estradas de Minas. Como identificar? Quando o vidro é laminado, ele tem dois riscos pequenos e paralelos, junto à logomarca. Outra dica: se for degradê (com aquela faixa verde no alto), com certeza o vidro é laminado.
Trincas
Para a maioria dos motoristas, uma pequena trinca no vidro é algo inofensivo. Mas eles estão completamente enganados. Segundo Patrick Koller, gerente de marketing da Saint-Gobain Sekurit (fabricante de vidros automotivos), "são esses pequenos danos, às vezes até imperceptíveis, que evoluem para trincas enormes, em choque térmico (calor excessivo, seguido de uma chuva fria) ou em uma torção de carroceria (entrada ou saída de rampas muito íngremes e inclinadas)". Ele adverte que as trincas também podem surgir em função da má instalação - forma, tipo de cola, tamanho do vidro, espaçamento etc. Para evitar isso, Koller recomenda sempre serviço especializado.
Reparos
Se o motorista quer evitar prejuízos maiores, deve levar logo o carro a uma empresa especializada em reparos de vidros. Atualmente, até as seguradoras, que fazem cobertura de vidros, distribuem uma espécie de adesivo, que evita a ampliação da trinca. Também existem os kits de reparo, que injetam substância plástica dentro da trinca. Somente são feitos reparos na lâmina externa do vidro. Também existem produtos próprios para polimento de vidros, que retiram pequenos arranhados e riscos.
Legislação
O motorista que insistir em rodar com o pára-brisa trincado pode acabar pagando multa. A Resolução 216 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíbe que veículos circulem com danos em pára-brisas e define quais tipos de reparos podem ser feitos. Quem não cumprir a resolução, poderá perder cinco pontos na carteira, ser multado em R$ 127,69 e ter o veículo retido para a regularização.
Mão no vidro
Apoiar a palma da mão no centro do pára-brisa ajuda a evitar danos, pois essa atitude garante maior firmeza ao vidro. O procedimento vale também para pedras que caem de caminhões ou são atiradas pelos pneus de outros carros.
Palhetas
Elas têm que estar em bom estado para evitar danos ao pára-brisa. Devem ser trocadas uma vez por ano, pois a ação do sol e da chuva provoca o ressecamento e, posteriormente, riscos no vidro. Jamais acione os limpadores com o vidro seco ou sujo, pois isso pode danificar (riscar) de forma irremediável o pára-brisa. Acione primeiro o esguicho. Se o vidro estiver muito sujo, o jeito é parar, lavá-lo com muita água, para, depois, ligar o limpador.
Troca
Durante as primeiras 72 horas depois da troca do pára-brisa, não se deve dirigir em alta velocidade; evite bater as portas com os vidros laterais fechados; não lave o carro com jato de alta pressão; e não use produtos químicos. O motivo principal é que a cola, usada para fixar o vidro, não seca instantaneamente.
Preços
O motorista deve pesquisar antes de comprar vidro novo, pois alguns concessionários chegam a cobrar o dobro do valor pedido no mercado paralelo, alegando originalidade. Mas os fabricantes, na maioria das vezes, são os mesmos fornecedores das montadoras e do mercado de reposição. O caderno Veículos fez pesquisa em Belo Horizonte, tomando como base o pára-brisa de um Palio 1.0 EX, ano 2002, e encontramos os seguintes preços médios: R$ 210 (mercado paralelo) e R$ 542 (concessionário).