Uma jovem diplomata compra uma passagem Brasília/Belo Horizonte utilizando milhas da TAM. No dia da viagem, tenta o check-in na internet. Na tela, o aviso: "Seu check-in deve ser realizado no aeroporto". Imaginando problema no sistema, ela vai ao balcão e a funcionária da empresa nega o embarque alegando cancelamento da passagem. E ela não tinha sido avisada do problema. E a explicação: "O cartão de milhagem utilizado para a compra da passagem expirou". A diplomata alegou, em primeiro lugar, que o cartão era válido no dia da compra. Em segundo, que expirou dias depois, mas que tinha sido renovado em prazo hábil pela TAM. Como seria inútil discutir, decidiu comprar o bilhete e resolver depois o problema. "O voo está lotado, com fila de espera" foi a resposta.
Ela percebeu então que, diante da alta demanda, a TAM provavelmente vendeu seu lugar com tarifa cheia, sem nem sequer informá-la do cancelamento pelo óbvio motivo de não existir qualquer justificativa plausível. E voou pela Azul.
Dias depois, um jovem diplomata tenta adquirir passagem internacional de ida e volta da TAM (Brasília para Boston, EUA), utilizando milhas do cartão fidelidade, na classe executiva. Apesar da antecedência de meses, a empresa informou: "Desculpa, senhor, mas nas datas pretendidas os trechos só estão disponíveis na categoria "irrestrita". Consulte em nosso site outras possibilidades. Bom dia". Em outras palavras, a TAM estava cobrando 340 mil milhas para a emissão do bilhete, mais que o triplo necessário na categoria normal. Como ele tinha também milhas na TAP, do mesmo grupo aéreo (Star Alliance), tentou na empresa portuguesa. O atendimento foi eficiente, gentil e a funcionária lhe disse: "Perfeitamente, senhor. Podemos marcar a ida em classe executiva, mas a volta só na econômica, ambas pela Copa Airlines (também Star Alliance), debitando 67.500 milhas. Se o senhor quiser retornar de executiva, temos disponibilidade para o dia seguinte ao solicitado e, nesse caso, debitaremos 90 mil milhas".
Já faz dois anos que a TAM criou a categoria %u201Cirrestrita%u201D para emitir seus bilhetes internacionais nos dias pretendidos pelo passageiro, triplicando as milhas necessárias. Sem avisar seus "fiéis" clientes, sem pelo menos estabelecer um prazo para que utilizem as milhas já pontuadas, num absoluto desrespeito aos direitos adquiridos. Afinal, o sistema de milhagem não é uma cortesia, mas um contrato entre partes que tem valor de mercado. Se você tem milhas e pretende vendê-las, basta consultar a internet. (Com cuidado, pois também nessa operação tem empresas tão desonestas quanto a TAM).
P.S. - Saiba ser possível voar TAM (doméstico ou internacional) e creditar milhas nos programas da TAP, Lufthansa, United, US Airways ou qualquer outra filiada à Star Alliance.
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