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Pagani Zonda F Clubsport - Justa homenagem a Fangio

Juntando os 602cv do motor preparado pela divisão esportiva da Mercedes-Benz com uma carroceria super-leve, o esportivo italiano ultrapassa os 340km/h e os R$ 4 milhões

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Mesmo com o substituto Huayra apresentado, o Zonda deixa para trás Ferraris ou Lamborghinis

 

 

Quando tinha apenas 10 anos, o argentino Horácio Pagani já desenhava automóveis e dizia para a sua mãe que iria à Itália para fazer carros. Seu sonho começou a se tornar realidade nos anos 1980, quando, praticamente sem dinheiro no bolso, desembarcou no país europeu e conseguiu um emprego na Lamborghini. Dois anos depois, já cuidava das carrocerias dos esportivos da marca italiana. Com a experiência acumulada, Horácio criou a Modena Design, uma empresa especializada em desenvolver projetos e trabalhar com material leve e resistente, como a fibra de carbono. "Lá, somos todos apaixonados por automóveis. Não só os nossos, mas também aqueles criados por outros fabricantes. Nossos carros são caros e exclusivos, voltados para um mercado muito pequeno", exalta Pagani.

Dentro dessa filosofia, nasceu o Zonda. E, para homenagear o lendário piloto Juan Manuel Fangio, a marca italiana (que está mais para ateliê) criou o F Clubsport, nossa estrela de hoje da série Carros dos sonhos, que foi construído dentro dos mesmos conceitos de esportivos leves, seguros, originais e de alta performance. A homenagem começa pelo próprio motor, preparado pela AMG, divisão esportiva da Mercedes-Benz, marca pela qual o piloto argentino disputou e venceu muitas provas e conquistou vários títulos. Trata-se de um 12 cilindros em V, de 7.291cm³ de cilindrada, com quatro válvulas por cilindro, que desenvolve 602cv de potência (a 6.150rpm) e 77,5kgfm de torque (a 4.000rpm). O câmbio, como num puro-sangue, é manual de seis velocidades.

 

A traseira tem como ponto marcante o espamento com saídas quádruplas reunidas como em uma metralhadora giratória

 

 

PESO/POTÊNCIA Para completar a base da fórmula explosiva, o superesportivo pesa apenas 1.344 quilos, o que é espantoso para um carro que mede 4,44m de comprimento. Como? Empregando largamente materiais leves, como na carroceria, que é toda feita em fibra de carbono. Com essa dieta, o Pagani F consegue uma impressionante relação peso/potência de 1,89kg/cv, o que possibilita acelerar até 100km/h em apenas 3,6 segundos e chegar aos 345km/h de velocidade máxima. Para manter o controle dessa fera e parar o seu ímpeto, o piloto tem à sua disposição controle de tração e um sistema de freio de competição, com ABS e enormes discos ventilados de cerâmica (com pinças de seis pistãos na dianteira), que param o carro a 200km/h em apenas 4,4s.

 

Bancos tipo concha e painel estilizado garantem aspecto esportivo por dentro

 

 

As linhas da carroceria são dignas de um bólido de Le Mans, mas o modelo reserva alguns aspectos diferentes, como a saída de escape em forma de metralhadora e a cabine bem avançada. Na frente, as rodas de 19 polegadas são calçadas com pneus 255/35 R19, e, na traseira, as de 20 polegadas ostentam pneus 335/30. Por dentro, bancos em couro e riqueza de detalhes em fibra de carbono e alumínio polido. A Pagani se tornou conhecida no Brasil a partir de 2008, quando a Platinuss, representante oficial da marca em nosso país, trouxe o carro mais caro (o Pagani R, de R$ 10 milhões) para o Salão Internacional de São Paulo. O F Clubsport custa "um pouco menos": R$ 4,2 milhões.