Enquanto no Brasil é aguardado o lançamento do Vectra GT, que nada mais é do que uma versão hatch e encurtada do sedã, que quer atrair público jovem, na Europa, uma outra divisão da General Motors, a Opel, já vende sua interpretação bem diferente do carro GT.
A sigla tem origem nas palavras italianas gran turismo, uma designação derivada dos carros potentes que originalmente competiam em provas de longa duração, como as 24 horas de Le Mans, Mille Miglia e Carrera Panamericana. Nada mais natural então que seja utilizada em carros efetivamente esportivos.
O Opel GT segue o conceito à risca. Sua fonte de inspiração é o GT original de 1968, um cupê esportivo de grande sucesso que deveria ser uma espécie de Corvette adaptado ao gosto do consumidor europeu. O novo veículo troca o teto rígido por carroceria conversível com capota de lona. Mas, assim como seu antecessor, também é fruto de cooperação em ambos os lados do Atlântico Norte.
O carro é derivado do Pontiac Solstice, um pequeno conversível de dois lugares, que é um dos sucessos atuais da GM na América. O GT inclusive é feito na mesma fábrica em Wilmington (Estados Unidos). Mas é um erro achar que o veículo europeu é apenas uma cópia do primo vendido no Novo Mundo.
Em primeiro lugar, o estilo é radicalmente diferente. Enquanto o Solstice tem linhas arredondadas e no aspecto geral pode ser descrito como “bonitinho”, as linhas do Opel dão ênfase à agressividade. Os fárois são geométricos e grandes. A grade frontal, com a linha cromada, e o logotipo do raio são complementadas por um coletor maior na parte de baixo do pára-choque, em que também há um spoiler integrado. Os pára-lamas são realçados para acomodar as rodas de liga leve com pneus 245/45 R18. O capô conta com duas entradas de ar e vinco pronunciado no meio, para acentuar a sensação de esportividade.
Na lateral, o principal elemento estilístico são as saídas de ar à frente das portas, como as existentes para liberar ar quente dos freios nos esportivos mais exclusivos. Atrás dos dois assentos, os santantônios são acompanhados por ressaltos, que se integram com a curta tampa do porta-malas. As lanternas traseiras são pequenas e colocadas no alto, mas os estilistas não resistiram e elas têm máscara prateada no estilo tuning.
Outro elemento que se destaca são os arcos proeminentes das rodas traseiras, além do escapamento duplo, com canos de descarga em formato triangular.
O arranjo mecânico é tradicional: motor dianteiro e tração nas rodas traseiras. O propulsor é digno de um GT. O quatro cilindros 2.0 equipado com turbo gera 264 cv de potência e 36 kgfm de torque. A única opção de transmissão é a manual de cinco velocidades. Simples, de acordo com a proposta do veículo.
Apesar de não se tratar de um carro de luxo, os ocupantes têm à disposição equipamentos indispensáveis para um veículo da sua categoria. Além de rádio com CD player, ar-condicionado e o famoso trio elétrico, ABS de duplo estágio e sistema de controle de tração e estabilidade. Simples? Sim. Espartano? Não.