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O compacto Fiat Mobi tira notas baixas nos testes de colisão lateral e frontal do Latin NCAP

Fiat Mobi mostrou desempenho ruim nos testes de colisão promovidos pelo Latin NCAP. Impacto lateral revelou fragilidade estrutural, com grande penetração no habitáculo

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O compacto Fiat Mobi tira notas baixas nos testes de colisão lateral e frontal do Latin NCAP
O compacto Fiat Mobi tira notas baixas nos testes de colisão lateral e frontal do Latin NCAP Foto: O compacto Fiat Mobi tira notas baixas nos testes de colisão lateral e frontal do Latin NCAP

No impacto lateral, o Mobi sofreu uma penetração muito grande por parte da barreira móvel

 

O Latin NCAP – Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe – divulgou a quarta série de resultados de 2017. Para o mercado brasileiro, o teste de colisão que mais interessa foi o do Fiat Mobi, infelizmente ruim. O compacto obteve apenas uma estrela (de cinco possíveis) na avaliação de proteção aos passageiros adultos e duas estrelas quanto a proteção às crianças. Foi o teste de colisão lateral que definiu o mau desempenho do modelo, quando ficou evidenciada uma fragilidade estrutural.


De acordo com o engenheiro Dino Lameira, pesquisador da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), a lateral do veículo sofreu uma penetração muito grande por parte da barreira móvel durante a colisão, fato agravado pela abertura da porta traseira, aumentando a exposição dos passageiros. Após o impacto, apenas a proteção à cabeça do ocupante foi considerada boa, enquanto a proteção ao peito foi pobre, ao abdome foi fraca e à pélvis apenas adequada. A ausência de airbags laterais também influenciaram na má avaliação do Fiat Mobi.

No teste de colisão frontal o resultado foi considerado apenas razoável


Já na análise do impacto frontal, o resultado não passou de razoável. A estrutura do habitáculo foi considerada estável, sem ocorrência de intrusão durante o impacto. Os danos aos passageiros da frente foram classificados assim: a proteção à cabeça e ao pescoço do motorista e do acompanhante foi boa; a proteção do peito do motorista foi marginal, e adequada para o acompanhante; os joelhos do motorista e o joelho esquerdo do acompanhante proporcionaram proteção marginal; as tíbias do motorista mostraram proteção de adequada e boa, enquanto as tíbias do acompanhante exibiram proteção adequada.

CRIANÇAS Quanto à proteção infantil, no impacto frontal, houve um deslocamento da cadeirinha da criança de três anos além do permitido, o que poderia ser evitado se o veículo oferecesse o Isofix para fixação do Sistema de Retenção Infantil (SRI). A proteção a este ocupante foi pobre para a cabeça e o pescoço, e fraca para o peito. Já a proteção da criança de 18 meses foi considerada boa no impacto frontal. No impacto lateral ambos os passageiros receberam boa proteção.

ONIX O Mobi é o oitavo veículo mais emplacado no Brasil em 2017, e seus resultados fazem lembrar o do Chevrolet Onix, publicado em maio. O líder de vendas tirou nota zero nos testes de colisão do Latin NCAP ao sofrer alta penetração da barreira móvel no impacto lateral, o que provocou um grande deslocamento da coluna B e do banco dos passageiros. De acordo com a instituição, esse resultado coloca em xeque até a capacidade do veículo de proporcionar melhor proteção lateral, mesmo contando com airbags laterais.


Vale lembrar que, segundo o próprio Latin NCAP, a Peugeot do Brasil retirou do projeto do 208 nacional reforços estruturais para a proteção lateral presentes no modelo europeu. Para Ricardo Morales Rubio, presidente da Comissão Diretora do Latin NCAP, “é inaceitável que em 2017 os modelos mais populares sejam vendidos com padrões tão baixos de segurança, sendo que os fabricantes oferecem boa segurança padrão para todos os consumidores em mercados como o dos Estados Unidos por valores bem mais baixos.


Em nota, a Fiat Chrysler Automóveis informou que seus veículos comercializados no Brasil atendem todas as normas técnicas vigentes de segurança. “É decepcionante que, depois de passados sete anos da Década de Ação para a Segurança Viária da ONU, nenhum país da América Latina ainda conte com regulamentação efetiva obrigatória de controle eletrônico de estabilidade e de proteção contra impactos laterais. De um lado, parte desses governos estão dispostos a melhorar, de outro, infelizmente, aquelas que assinam as decisões estão influenciadas pelo lobby da indústria para adiar ou bloquear as regulações”, afirmou Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP.