O novo Polo chegou ao mercado com uma estratégia "polêmica": na linha 2023, as versões Confortline e Highline do hatch perderam equipamentos, entre os quais os freios traseiros a disco. Essas configurações também adotaram a versão menos potente do motor 1.0 TSI, de modo que o modelo perdeu 12cv com etanol (de 128cv para 116cv) e 7cv com gasolina (de 116cv para 109cv).
O torque também diminuiu bastante, passando de 20,4kgfm para 16,8kgfm, independentemente do combustível. Porém, os preços dessas versões também caíram: a Comfortline ficou R$5.900 mais em conta e, agora, custa R$102.990, enquanto na Highline o abatimento chega a R$7.000, com valor sugerido de R$109.990.
O objetivo da Volkswagen é fazer com que o novo Polo passe a competir em um segmento inferior, às custas de simplificações. Benéfica ou não, o case é que esse tipo de estratégia mercadológica não é nova: vários fabricantes já lançaram mão dela no Brasil ao longo dos anos.
5 carros 'depenados' antes do novo Polo
O VRUM relembra 5 carros que sofreram simplificações antes do novo Polo. Em alguns casos, as perdas ocorreram em mudanças de gerações, enquanto, em outros, os fabricantes simplesmente foram retirando equipamentos ao longo do tempo. Confira o listão!
1- Fiat Argo
Concorrente direto do novo Polo, o Fiat Argo também já passou por simplificações. A perda mais significativa foi a de equipamentos de segurança: o controle eletrônico de estabilidade, que vinha nas versões 1.8 com câmbio automático de seis marchas, simplesmente saiu do catálogo junto com essa opção de conjunto mecânico.
A Fiat deixou de oferecer ainda os airbags laterais, que eram opcionais nas versões Precision e HGT do Argo e do Cronos, o sedan da gama. Outro item abolido das configurações top de linha é a coluna de direção com ajuste telescópico. Por fim, o acabamento também piorou, já que, inicialmente, esses modelos ofereciam uma porção de estofamento nas portas dianteiras. Agora, a peça é toda feita em plástico.
Já testamos o extinto Fiat Argo 1.8 automático: assista ao vídeo!
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2- Volkswagen Gol
Antes de simplificar o novo Polo, a própria Volkswagen adotou estratégia semelhante no Gol, incluindo também a Parati e a Saveiro: a linha 2006 desses modelos, que ficou popularmente conhecida como G4, perdeu equipamentos em relação à antecessora G3. Entre os itens abolidos estavam vidros elétricos nas portas traseiras, volante multifuncional e chave com telecomando.
O acabamento, claro, também ficou bem mais simples: o painel e as forrações das portas, em especial, ganharam um aspecto quase franciscano. Na época, o objetivo foi reposicionar o Volkswagen Gol como modelo de entrada, para abrir espaço afastá-lo para o então recém-lançado Fox, que ocupava uma faixa superior de mercado.
3- Ford Ka
Outro que foi ficando mais simples, ao menos nas duas primeiras gerações, foi o Ka. Já nos anos que sucederam o lançamento, a Ford eliminou itens como luzes de leitura, terceira luz de freio, vidro elétrico com função um-toque, para-brisa degradé e até um nicho destinado especificamente a acomodar o manual do proprietário. Nem mesmo as barras estabilizadoras da suspensão escaparam dos cortes.
Na linha 2008, o Ford Ka passou por uma ampla reestilização, que deu origem à chamada segunda geração. A modificação da parte traseira da carroceria resultou em ganhos de espaço no banco traseiro e no porta-malas, mas o acabamento ficou ainda mais simples, com painéis de portas em plástico rígido. De quebra, o fabricante aboliu até os repetidores de seta nos para-lamas dianteiros.
4- Renault Clio
Quando começou a ser produzido no Brasil, em 1998, o Renault Clio agradou pelo acabamento bem-cuidado para um modelo de entrada e pela presença de airbags frontais de série em toda a gama. Porém, o fabricante logo eliminou esses itens de segurança das versões de entrada. Posteriormente, os apoios de cabeça traseiros também passaram a ser opcionais nessas configurações.
O ápice da simplificação, contudo, veio com a reestilização que marcou a chegada da linha 2013. Entre as perdas, estavam cintos de segurança traseiros retráteis, barras estabilizadoras, faróis com refletores duplos e repetidores de seta. Os materiais de revestimento interno e os instrumentos do painel também ficaram mais simples. Até o vidro traseiro diminuiu, perdendo a característica curvatura superior.
5- Chevrolet Vectra
Os fabricantes não simplificam apenas hatches compactos, como o novo Polo. O Vectra que o diga: o sedan regrediu em vários aspectos quando chegou à terceira geração no Brasil. Isso porque, em vez de seguir o projeto global, como havia feito com as duas primeiras safras, a Chevrolet decidiu rebatizar o então Astra Europeu de Vectra no mercado brasileiro.
O resultado não poderia ser outro: baseado em um projeto de categoria inferior, o Chevrolet Vectra ficou mais simples até na suspensão: o sistema traseiro do tipo multilink deu lugar ao básico eixo de torção. O acabamento interno também piorou, em especial as forrações das portas. Os "contadores de feijão" não pouparam sequer mola a gás de sustentação do capô, que foi substituída por uma vareta.