No dia 4 de julho de 1957, um símbolo caiu na estrada quando o primeiro Fiat 500 deixou a linha de produção em Turim. Ao longo das décadas, o carro passou a ser um símbolo da Itália e da própria Fiat.
O campo de testes da Fiat em Balocco, nos arredores de Turim, foi o local escolhido pelos executivos da marca italiana para demonstrar, antes do lançamento mundial, a nova menina dos olhos da empresa. O atualizado Fiat 500 chega ao mercado com a intenção de pavimentar a recuperação econômica do grupo italiano que chegou a vender, nos anos 1990, metade de todos os automóveis comercializados em seu país.
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"Este foi o carro que deu aos italianos comuns quatro rodas pela primeira vez, que transformou um país e uma companhia", diz o presidente da Fiat, Luca de Meo. O novo carro é claramente desenhado para ser uma homenagem ao seu famoso predecessor - todo "curvas e aconchego".
O chefe do Departamento de Engenharia da Fiat, Harald Wester, diz que quando entra no pequeno carro, sente como se ele o estivesse dando "um grande abraço". Ele admite que se sente uma grande criança se divertindo com seu novo brinquedo, ao volante de uma versão do novo Fiat 500, que faz curvas de dar calafrios no estômago a 160 km/h. "E nem perde o controle", disse o engenheiro, enquanto o esportivo de motor 1.4 16V, que desenolve 100 cv de potência, contorna o trajeto da pista encravada em meio a arrozais do Piemonte italiano.
Estratégia
O Fiat 500 é uma tentativa da marca italiana de cavar espaço em uma onda retrô que tem sido bem aproveitada por concorrentes, como a BMW. Depois de uma crise nos anos 90, a Fiat se tornou, no ano passado, a fabricante automotiva de maior crescimento na Europa - o faturamento subiu 17%.
Em 1990, mais da metade dos carros vendidos na Itália eram Fiat - caiu a quase metade dessa proporção em 2003. "(O novo Cinquecento) é uma espécie de manifesto sobre como queremos posicionar a Fiat no futuro", afirmou o CEO, De Meo.
Atualmente, fabricantes europeus terão de se ajustar a um mercado no qual fabricantes chineses e indianos, de muito menor custo, estão se coçando para concorrer. "Queremos a Fiat em uma posição mais alta que hoje, em uma faixa de mercado mais alta", disse De Meo. "Você não vai a uma loja e compra um terno italiano esperando que seja o mais barato de todos. A mesma coisa é verdade para o negócio automotivo".
Com 25 mil pedidos do novo Cinquecento já encomendados por revendedores, o executivo acredita que o lançamento será um sucesso de vendas. A meta é vender 50 mil unidades do Fiat 500 até o fim do ano.
Detalhes
A nova geração do 500 lembra muito o carrinho de 1957. Na dianteira, repare nos filetes cromados, nos faróis redondos e no contorno do capô. O teto agora tem uma placa de vidro, que pode ser móvel. A traseira também é semelhante à do antigo, com diferença nos faróis, que agora ficam mais altos.
O 500 moderno mede 1,65 m de largura, 1,49 m de altura, 2,30 m de distância entre-eixos e 3,55 m de comprimento. Só para efeito de comparação, o Chevrolet Celta mede 3,78 m e o Ford Ka tem o comprimento de 3,67 m. O porta-malas do novo Fiat tem capacidade para 185 litros. No antigo modelo, a bagagem ficava sob o capô, que ainda abrigava o estepe e a bateria. O supercompacto será vendido na Itália com duas opções de motor a gasolina, 1.2 8V de 69 cv e 1.4 16V de 100 cv, e uma a diesel, 1.3 16V Multijet de 75 cv. A versão mais potente será oferecida com câmbio manual de seis marchas.
Segundo números de fábrica, com o propulsor 1.2, o 500 pode ser acelerado de 0 a 100 km/h em 12,9 s e atingir velocidade máxima de 160 km/h. Com a motorização a 1.3 a diesel o desempenho melhor um pouco: 12,5 s na aceleração de 0 a 100 km/h e 165 km/h de velocidade máxima. Com motor 1.4, o carrinho fica mais esperto, atingindo 182 km/h de máxima e precisando de 10,5 s para chegar a 100 km/h.
No interior, além de muita segurança e modernidade, o antigo 500 não foi esquecido. O mostrador circular é o original, mas ele tem novas informações. O Cinquecento pode ser equipado com até sete airbags: dois frontais, dois laterais, dois tipo cortina e um para os joelhos do motorista. O pequeno tem ainda sistema Bluetooth para telefone celular e rádio CD Player com MP3 e entrada USB. Futuramente o compacto terá navegador e comandos do sistema de áudio no volante. Na Itália, o carro terá cinco anos de garantia.
Preço e Brasil
Na Europa, o compacto tem 12 opções de cores externas e seu interior pode ter 15 combinações de acabamento, incluindo bancos de couro com várias tonalidades. Ele custa 10.500 euros (cerca de R$ 27.500) na versão mais simples, com motor 1.2. Com os propulsores 1.3 (diesel) e 1.4 (gasolina) ele pode ser encontrado a partir de 12.500 euros (aproximadamente R$ 32.500). Ainda não faz parte dos planos da Fiat importar ou produzir o 500 moderno no Brasil.
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