Com a inauguração do Centro de Tecnologia da Mobilidade (CTM), esta semana, a Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) passa a contar com infraestrutura de grande porte para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e aprofundamento de pesquisas nas diversas áreas da engenharia com uma diferença importante: o intercâmbio entre as áreas, já que os laboratórios funcionarão de maneira integrada. O CTM foi desenvolvido em parceria com a Petrobras, dentro do projeto de redes temáticas que busca intensificar o relacionamento com as instituições de ensino.
Além da integração entre os diversos laboratórios ligados à engenharia, a primeira fase conta com os já prontos e equipados laboratórios de ensaio de motores; de veículos; de combustíveis e combustão; de fluidodinâmica computacional. Para a segunda fase, cuja inauguração está programada para o fim de 2012, está prevista a conclusão de mais oito laboratórios (ensaios de turbocompressores; projetos e simulação veicular; eletrônica embarcada; velocimetria a laser; análise da combustão em motores; biocombustíveis; termometria; simulação de voo) num total de 12.
"Essa integração é um dos pontos mais importantes. Muitas vezes, existe a infraestrutura, mas as pessoas trabalham individualmente", afirma o professor Ramon Molina Valle, coordenador do CTM e responsável por toda a sua implantação. "Por exemplo, quem trabalha com termometria nunca pensou em aplicar isso na mobilidade, mas encontramos essa aplicação para analisar o motor pelo comportamento da temperatura. Esse é um laboratório que já está sendo integrado. E queremos envolver outros que já existem, como o da engenharia elétrica, o que me dará condição de avaliar veículos híbridos", continua.
Molina explica que a base são os estudos de motores e combustíveis, mas o objetivo é ir além, aprofundando inclusive na construção de aeronaves, o que coincide com os objetivos do governo de Minas de consolidar uma indústria aeronáutica no estado.
Ensino
Para o professor Molina, o primeiro ganho, sem dúvida, é dos estudantes de engenharia, que sairão da universidade praticamente prontos para o mercado de trabalho e com grande conhecimento, além de possibilitar à universidade o desenvolvimento de pesquisas na área automotiva. Pensamento corroborado pela Petrobras. “Essa infraestrutura completa permitirá avanços no conhecimento na área de formulação de combustíveis e também de modelagem experimental em relação a combustíveis. E já estamos esperando esses alunos para trabalhar conosco”, ressalta o gerente-geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, Alípio Ferreira Pinto Júnior.
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Redes temáticas
Pelo modelo de redes temáticas, a Petrobras escolhe as instituições de ensino em que aplicará investimentos vultosos, com o objetivo de promover avanços na área de pesquisa. Com a integração à universidade, a exemplo da parceria com o CTM UFMG, a empresa ganha com o desenvolvimento de pesquisas, além da formação de profissionais especializados. No caso específico da parceria com o CTM, o gerente-geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, Alípio Ferreira Pinto Júnior, confirma que já existe um projeto de pesquisa em andamento na área de formulação de combustíveis, mas não revela detalhes, por ainda se tratar de segredo estratégico.