Não é segredo que a Volkswagen planeja ocupar o lugar da Toyota como o maior fabricante do mundo, pulando da terceira posição e ultrapassando a segunda colocada, a GM. Plano que tem até data para acontecer: até 2018. Para chegar lá, o grupo alemão não marca passo nos maiores mercados do mundo. Já está fincado desde 1984 na China, além de ter plantas na Rússia, Índia e de ser líder entre carros de passeio no Brasil. Mas, a despeito da importância dos mercados emergentes, ainda falta lutar por uma fatia mais grossa do mercado norte-americano. Para tanto, resolveu se naturalizar tanto em produção quanto em projeto: construiu uma fábrica em Chattanooga, no Tennessee, e um novo Volkswagen Passat, criado para a América do Norte. Para incrementar a ofensiva, o carro será produzido também na China.
Em relação ao europeu, remodelado no ano passado, o Passat dos EUA estreia carroceria nova. A plataforma segue sendo a PQ46. O estilo é sóbrio. Dianteira e traseira se enquadram no desenho atual da VW, com faróis e lanternas de formas retangulares. A grade em filetes finos se integra ao capô alto. Um dos pontos de distinção é o perfil, que passa a exibir uma terceira janela lateral. O resultado lembra o Jetta de sexta geração, que em breve desembarca por aqui. O Passat americano também é maior. São 4,87m de comprimento e 2,80m de entre-eixos, respectivamente 9,9cm e 9,1cm a mais que o europeu. Aumento que junto com a largura de 1,84m e a altura de 1,47m garante espaço bom para cinco pessoas.
CONJUNTO As motorizações começam no cinco cilindros 2.5, que também equipa o atual Jetta no Brasil, de 170cv, disponível com câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis velocidades. Há também o 2.0 TDI, turbodiesel, de 140cv, capaz de marcar 18,2km/l na estrada, uma economia que tem reforçado o apelo dos carros de passeio a diesel no país – oferta composta principalmente pelos fabricantes alemães. O TDI pode vir tanto com caixa manual de seis velocidades quanto com a DSG manual automatizada, também de seis marchas. O topo de linha continua sendo impulsionado pelo VR6 3.6 de 280cv com câmbio DSG, que ajuda o sedã a ir até os 100km/h em 6,5s.
Serão três versões: S, SE e SEL. O VW traz de série ar-condicionado automático, direção assistida, trio elétrico, CD Player/MP3 com viva-voz, partida remota, controle de cruzeiro, monitoramento de pressão dos pneus, assistente de arrancada em subidas, além de seis airbags, freios ABS, controles eletrônicos de estabilidade e tração.
A meta é ambiciosa: vender até 800 mil unidades por ano só nos Estados Unidos – o triplo do volume atual –, sendo que, destes, 120 mil unidades do Passat. Para ter uma ideia, desde que o Passat desembarcou no país, em 1987, foram vendidos pouco mais de 700 mil carros, uma média de 30,4 mil por ano. Nos próximos sete anos, a VW quer vender 1 milhão de unidades. O que se torna mais realista diante dos argumentos de mercado. Graças à fabricação local, o Passat poderá competir na escala mais acessível dos sedãs médio-grandes (médios para o padrão de lá), com preço inicial na faixa dos US$ 20 mil. Ainda assim, não será fácil enfrentar rivais já consolidados como o Toyota Camry, Honda Accord, Ford Fusion, Nissan Altima, além dos novos Hyundai Sonata e Kia Optima e o Chrysler 200, sucessor do Sebring.