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Mulher renova CNH e recebe documento com foto de um homem em Divinópolis

Stefani Cassiana Silva, de 27 anos, terá de esperar para dirigir, pois o documento é considerado inválido

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Feminina e muito vaidosa, Stefani Cassiana Silva, de 27 anos, fez questão de estar impecável na hora de tirar a foto para

renovar sua carteira de motorista. Grávida de gêmeos, a dona de casa, moradora de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, não dispensou a maquiagem para ficar mais bonita na nova habilitação. O susto veio na segunda-feira, quando o documento chegou em sua casa. Ao invés dos traços delicados da futura mamãe, a imagem que identifica o motorista mostra o rosto de um homem mais velho e careca. Dados, como nome completo, RG e CPF, eram os dela, mas a assinatura era do caminhoneiro Salvador Alves Dias, de 56 anos.

A foto que aparecia no documento de Stefani também era de Salvador. Os dois teriam renovado a carteira na mesma época. Por algum motivo, houve a troca das fotografias. Falta agora descobrir se o erro partiu da clínica onde são preenchidos os formulários ou da Central Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach) do Detran/MG. Enquanto isso, a dona de casa vai continuar dependendo de um táxi ou de uma carona, já que sua CNH é considerada inválida. “Não fico tão preocupada com isso porque eu já não estava dirigindo por causa da gravidez. A barriga não deixa. O que me preocupa agora são as burocracias que terei que enfrentar para corrigir um erro que não foi meu”, declara.

Segundo Stefani, a dor de cabeça para renovar a carteira começou no dia do exame. Mesmo grávida de seis meses e de gêmeos, ela não teve prioridade no atendimento e ficou esperando por mais de uma hora na fila. Formulário preenchido, ela garante ter analisado se as informações estavam corretas e garante que a foto que havia sido anexada estava certa. “Ter que enfrentar fila no Ciretran com esse barrigão, eu não animo. Vou deixar para resolver isso mais para frente, porque eu sei como vai ser. Eu não consigo ficar parada ou sentada numa mesma posição muito tempo”, conta.

Ao ver seu rosto na carteira de Stefani, o caminhoneiro Salvador Dias achou graça. Não entende como o erro pode ter acontecido, principalmente por um detalhe: enquanto a habilitação da dona de casa é categoria B, a categoria dele é a D. “Fora que confundiram um homem com uma mulher. Não tem nem como. Eu não conheço essa moça, mas acho que houve uma bagunça nessa documentação”, diz.

Segundo o delegado de trânsito, Fernando Villaça, erros como esse são raros e considerados graves. Ele informou que será averiguado se o erro partiu da clínica ao preencher o formulário, ou se a culpa foi do Renach, mas não deixou claro se o órgão pode ser responsabilizado pelo deslize, chegando a justificar que “todos estão susceptíveis a cometer erros”. “É a primeira vez que vejo um caso como esse. Já houve erros de grafia, muitas vezes por culpa do próprio condutor que não confere a ficha feita na clinica onde são realizados os exames. A carteira dela está invalida, mas ela pode resolver essa situação no Ciretran, sem custo algum, já que o erro nesse caso, não parece ter partido da condutora”, afirma.

Quanto à prioridade no atendimento, Villaça garante que Stefani tem esse direito e que, caso ele seja negado, ela deve procurar a Ciretran e notificar o abuso. “Agora, ela precisa solicitar esse direito ao chegar na clínica. Se ela já tiver solicitado e não receber atendimento prioritário, ela pode denunciar ao Ciretran, que abrirá processo investigativo”, declara.