De repente, o fluxo de carros diminui, chega até mesmo a empacar. Em uma boa parte dessas retenções, os causadores são motoristas falando ao celular enquanto dirigem. Mesmo sendo uma atitude proibida pela legislação de trânsito, atualmente é cada vez mais comum encontrar pessoas ao volante com o telefone pendurado no ouvido. Basta olhar ao seu redor no trânsito para confirmar isso. Em muitos países, o uso de celular ao volante já é o principal causador de acidentes no trânsito. No Brasil, é a quarta causa. Na Inglaterra, essa atitude pode mandar o motorista para a cadeia. Enviar mensagens de texto ao volante é quatro vezes mais perigoso do que dirigir embriagado, segundo pesquisa feita pelo Departamento de Medicina e Saúde da Universidade de Toronto, no Canadá.
Por isso, o melhor mesmo é desligar o celular ao assumir o volante do carro. Mas se você precisa usar constantemente o telefone enquanto dirige, ou em uma emergência, é preferível usar o Bluetooth, que deixa as mãos livres e pode reduzir um pouco os riscos de acidente (vale o alerta de que, mesmo com esse dispositivo, a atenção do motorista continua sendo desviada do controle visual e motor para o auditivo). A tecnologia vem se tornando cada vez mais popular, estando presente até mesmo em modelos básicos e com preços bem módicos em lojas de acessórios e concessionários: geralmente a partir de R$ 300.
O QUE É? Trata-se de uma tecnologia de comunicação sem fio, embutida num aparelho (rádio, celular, etc.), que faz a transmissão de som e dados entre vários tipos de equipamentos. Atualmente, uma boa parte dos sistemas de áudio para carros já incorpora o Bluetooth, que tem como uma das principais finalidades possibilitar ao motorista falar ao celular sem tirar as mãos do volante, pois utiliza um microfone (embutido em um local para captar melhor a voz do condutor) e os alto-falantes do sistema de som do veículo.
COMO FUNCIONA? Como o Bluetooth utiliza uma frequência de rádio de onda curta, basta que os dois aparelhos (o celular e o som do carro) estejam dentro do raio de alcance (dependendo do tipo de categoria, essa distância varia de um a 100 metros) para que ele possa ser usado. Por meio dele o motorista pode fazer, receber ou recusar uma chamada; transferir a lista de contatos do celular e do cartão SIM, consultar o histórico das chamadas transferidas a partir do sistema e chamar a caixa de mensagens.
COMO USAR? Para que o celular e o sistema de áudio do carro iniciem a “conversa”, é preciso fazer o que os técnicos chamam de emparelhar. Geralmente o manual do veículo (ou do fabricante do equipamento de som) informa, passo a passo, como fazer esse sincronismo, pois cada dispositivo tem uma forma (uma tecla) diferente de acionamento, mas os procedimentos são parecidos.
O QUE DIZ A LEI? De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), falar ao telefone e dirigir ao mesmo tempo é uma infração média e o motorista está sujeito a multa de R$ 85,13 e o acúmulo de quatro pontos no prontuário da carteira nacional de habilitação (CNH). Como no caso do Bluetooth o motorista não precisa retirar as mãos do volante para segurar o aparelho e digitar as teclas, o uso desse sistema não é passível de multa. Mas já existe uma proposta que está sendo analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para mudar a prática para infração grave, com acúmulo de cinco pontos e multa de R$ 127,69.
DE ONDE VEM O NOME? Harald Bluetooth foi rei da Dinamarca nos anos 900 e ficou famoso por ter unido seu país e parte da Noruega em um reino e por ter introduzido lá o cristianismo. Ele morreu em 986 e deixou um grande monumento (a pedra rúnica Jelling) em memória de seus pais. A escolha desse nome indica a importância das empresas da região nórdica (que inclui também Suécia e Finlândia) para a indústria de comunicações, mesmo que o nome informe muito pouco sobre a tecnologia.