A correia dentada é responsável por transferir o movimento do virabrequim (que gera as rotações do motor) para o comando de válvulas. Foi desenvolvida para substituir a corrente metálica, como inovação técnica, mas não houve unanimidade em sua adoção: marcas de prestígio como Mercedes-Benz e BMW continuam com as correntes.
Nos veículos nacionais, a imensa maioria usa a correia, que é flexível, feita de borracha e cordonéis de fibra de vidro. As vantagens são seu custo inferior, facilidade de acesso e redução de ruídos. O ponto negativo é que elas precisam ser substituídas periodicamente. A durabilidade varia de acordo com o fabricante e o modelo e o período de troca normalmente é indicado no manual do proprietário do veículo.
Se o motorista não a substitui conforme a recomendação, o prejuízo pode ser grande, pois se arrebentar, pode ocorrer o empenamento de válvulas e da biela, além de danos no pistão. Isso significa reforma quase completa do motor. O preço do serviço será ainda maior se o motor for do tipo multiválvulas. Ozair Dohin, da Rodasa Multimarcas, dá mais uma dica: "Para quem roda em estrada de terra, ou em regiões onde há muito pó de minério de ferro, como em Belo Horizonte, a durabilidade da correia pode ficar reduzida, pois o material é abrasivo", conclui. Outro cuidado é não fazer a limpeza do motor com solventes, que atacam a borracha usada na correia. A checagem da correia pode ser feita visualmente, mas a troca, apesar de simples, deve ser executada por profissionais especializados.
Por dentro
As correntes são semelhantes às usadas em bicicletas e algumas motos. Entre os veículos nacionais, vários modelos da Ford a utilizam. Seu ponto positivo é a durabilidade maior, pois são projetadas para acompanhar o motor até o fim. Negativo é o ruído que provocam, e o custo.
Sua construção é mais cara, pois trabalha dentro do próprio motor. De acordo com Edward Werninghaus, engenheiro da Ford, o único cuidado exigido para o bom funcionamento da corrente é fazer as trocas de óleo do motor regularmente, no prazo estipulado pelo fabricante. Mas, como nem tudo é perfeito, a corrente pode arrebentar, em casos muito excepcionais. Nesse caso, o consumidor vai ter que arcar com prejuízos provavelmente maiores que os provocados pelas correias.
Motor - Mordida no bolso
Correia dentada substitui corrente metálica, mas principal problema é o prejuízo do proprietário que se esquece de substituí-la na quilometragem recomendada