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Montadoras paralisam produção e exportações podem ser prejudicadas

As maiores fábricas de carros do Japão tiveram que interromper a produção, forçando um atraso na exportação para os Estados Unidos. Ainda não se sabe se o Brasil sofrerá também com o atraso de modelos que vêm do país asiático

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Tsunami invadiu o aeroporto de Sendai misturando carros e aviões que estavam no pátio de aviação geral

 

O terremoto de 8,9 pontos na Escala Richter que atingiu a região Nordeste do Japão nesta sexta-feira (11) prejudicou as atividades das montadoras de automóveis no país. A situação obrigou a paralisação da produção nas unidades que ficam na região do epicentro. Honda, Toyota, Nissan e Subaru encerrarem seus turnos de produção em virtude da catástrofe. Na tarde desta Sexta-feira, a Toyota Motor Corporation divulgou um comunicado oficial, sobre a situação de suas unidades. A Toyota chegou a paralisar a atividade de quatro fábricas na parte da manhã, mas retomou as atividades. A montadora informou que as fábricas de Hokkaido, Tohoku, bem como as unidades Central Motor Corporation, em Miyagi, e Kanto Auto Works, de Iwate, voltaram a funcionar nesta tarde. A Central Motor, por exemplo, na cidade de Miyagi, próxima de Sendai, na região do terremoto, começou a funcionar há um ano e monta o sedã subcompacto Yaris, exportado aos Estados Unidos.

A empresa montou uma força-tarefa para avaliar a situação interna, bem como de fornecedores, revendedores e o impacto comercial. A companhia ressaltou que não houve prejuízos na sede de Tóquio, nos escritórios de Higashifuji, Tochigi e Yamanashi, ou nas instalações da Toyota Motor Tohoku. A Honda também evacuou seus funcionários de diversas unidades localizadas nas zonas de tremor. A empresa possui importantes unidades na região central do país, em cidades como Suzuka e Sayama (de onde sai o Accord). Um funcionário morreu e outros 30 ficaram feridos na planta de Tochigi, onde funciona o centro de desenvolvimento de motocicletas da Honda. O funcionário que morreu foi vítima da queda de um teto dentro da fábrica.

Fábrica da Honda em Tochigi, antes do terremoto



Já a Nissan informou que paralisou as atividades de suas unidades no Japão até o próximo dia 13. A empresa comunicou também que sua sede, em Yokohama não sofreu grandes avarias e que o local continua seguro. A Nissan destacou que não há informações sobre mortes entre seus funcionários. Mas as fábricas de Tochigi e Fukushima foram gravemente atingidas pelo tremor. Pequenos incêndios foram confirmados nessas duas unidades. Na unidade de Tochigi foram confirmados pelo menos dois feridos.

 

Terremoto pode prejudicar exportação

Agências internacionais de notícias apontam que o fechamento das instalações pode afetar a exportações de carros para Estados Unidos, sobretudo de modelos compactos, como o Toyota Yaris e o Honda Fit vendidos naqueles mercados.

Ainda não há informações sobre interrupção da importação de veículos para o Brasil. O país importa apenas carros de maior porte do Japão, como os sedãs Honda Accord e Toyota Camry, cuja demanda é menor. Veículos de maior demanda, como o Honda Fit e os sedãs Honda Civic e Toyota Corolla são produzidos em suas plantas no interior de São Paulo, enquanto crossovers como Honda CR-V e Toyota RAV4 são importados das unidades fabris na América do Norte.

O terremoto também ameaça as exportações de peças com destino aos Estados Unidos para os próximos meses, forçando uma base de fornecimento já esticada na indústria de recuperação, analisam especialistas.

Todos os grandes portos no Japão foram fechados após o terremoto. Se as portas permanecem fechadas por um longo período, as exportações de automóveis e peças japoneses para a América do Norte poderão sofrer atrasos, segundo analistas.

Carros que estavam aguardando no porto para serem embarcados nos navios