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Mistério das novas formas

Busca por segredo começa antes de o carro sair da linha de montagem e continua durante todo o processo de desenvolvimento, que dura dois anos em média, caso do Fiat Punto

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Foto:

No início, protótipos saem totalmente disfarçados, com camuflagem pesada, que inclui até caixa na traseira, para esconder as reais formas: tem farol de Uno e roda de Idea, mas retrovisor entrega a identidade

O Fiat Punto, que foi apresentado esta semana e que chega às concessionárias na quarta-feira, já era de conhecimento do leitor do Veículos desde 6 de agosto de 2005, quando em matéria publicada na capa do caderno havia informação de que os primeiros protótipos passavam pela linha de produção. O período de dois anos, aliás, é o tempo médio necessário atualmente para o desenvolvimento de um projeto, desde os primeiros protótipos, passando pelos testes, até o lançamento.
Com o segredo revelado, inicia-se uma perseguição no estilo “gato e rato” entre imprensa especializada e montadoras. Os jornalistas interessados em revelar o lançamento e a montadora em esconder o que virá, pois o anúncio antecipado é sinal de prejuízo, já que consumidores podem retardar a compra para aguardar o novo modelo ou até mesmo preterir um veículo ainda produzido. O episódio do lançamento do Punto ilustra esse duelo. O resultado mostra que a vitória é do leitor.

A primeira

No fim do ano passado, veículo começou a perder a máscara e motorista de teste ficou nervoso com fotógrafo. Cerca de 40 dias antes da apresentação oficial, leitores do caderno Veículos conheceram modelo limpo

A confirmação que o Punto seria lançado no Brasil veio em 24 de agosto de 2005, quando um monstro, totalmente camuflado, rodando em Betim, foi flagrado pelo caderno Veículos. O único detalhe que permitiu a identificação foi o encaixe do farol, idêntico ao do Grande Punto europeu, apesar de o protótipo usar o conjunto óptico do Uno Mille como disfarce.

Medidas
Depois do mistério desvendado e comprovado, os protótipos passaram a fazer parte da paisagem da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um ano depois, em agosto do ano passado, o modelo rodava com imensa caixa na traseira, pesada camuflagem para se fingir de sedã, além de aparelho que mede consumo e desempenho.

Estupidez
Sem o caixote na traseira, mas ainda com camuflagem escura e falsas entradas de ar, o Punto começou a perder o pudor, em outubro de 2006. No mês seguinte, entretanto, mesmo depois de várias fotos publicadas em diversos jornais de todo o país, o motorista de testes da Fiat se enervou com o fotógrafo e ameaçou agredi-lo, avançando com o carro para cima dele.

Zebra
Em março deste ano, a Fiat adotou a camuflagem zebrada, com efeito visual que confunde as formas reais do carro. Dois meses depois, em maio, foi a vez da antepenúltima camuflagem, já nas cores do lançamento, com os faróis reais .

Finalmente
No dia 22 de junho, a versão Sporting com leve camuflagem rondava a fábrica. Cinco dias depois a máscara caiu e o Punto, tal qual o que está na capa desta edição, foi flagrado rodando pela pista de testes da fábrica, em Betim.