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Mesmo com exemplos de falta de gentileza, belo-horizontino diz respeitar leis de trânsito

Você é gentil no trânsito? O caderno Vrum fez esta pergunta a cerca de 50 moradores de Belo Horizonte, entre pedestres, motociclistas e motoristas de categorias distintas. E você, como se define?

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Foto:

Em um péssimo exemplo, policial para com viatura sobre a faixa...


Praça Sete de Setembro, Centro de Belo Horizonte, tarde ensolarada de uma quarta-feira. São 14h25 e o cruzamento entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena ferve. O semáforo da Amazonas está fechado para os carros e todos estão corretamente parados atrás da faixa de retenção.

 

Clique aque e veja os flagrantes de falta de gentileza no trânsito de Belo Horizonte!

 

Enquanto dezenas de pessoas atravessam, uma viatura da Polícia Militar estaciona na Avenida Amazonas, mas a vaga é curta e o carro avança pela faixa de pedestres. O motorista até recua um pouco, mas permanece sobre a faixa, enquanto pedestres continuam atravessando.

Você é gentil no trânsito?

O sinal abre e quando fecha novamente, ônibus e motocicletas se acham no direito de emparelhar com a viatura. A faixa de retenção já era e parte da de pedestres também. As pessoas continuam atravessando. No cruzamento ao lado, duas pedestres se estranham. Uma delas leva uma mala de rodinhas que atinge a outra. Mas quem reclama não é a atingida, mas a que atingiu. O sinal de pedestres fecha. Por um breve momento, não há carros e então os pedestres se arriscam, atravessando com o sinal aberto para os veículos. Chega o motociclista e buzina alto...

... enquanto outros motoristas cometem o mesmo erro na avenida.



As cenas de imprudência e desrespeito às leis de trânsito e às pessoas são intermináveis. Durante uma tarde, a reportagem do caderno Vrum percorreu diversos pontos da cidade, buscando encontrar cenas de gentileza (ou falta dela) no trânsito de Belo Horizonte. Pedestres e motoristas foram ouvidos e flagrantes registrados. A pressa e o estresse foram considerados os grandes culpados, mas, na maioria das vezes, pela falta de gentileza... dos outros. Confira, reflita e aproveite para nos enviar também relatos de sua vivência no trânsito da capital, pois o assunto será retomado com frequência e com o seu exemplo.

Fila dupla é recorrente em qualquer ponto da capital

Os entrevistados se dizem respeitadores das regras da boa convivência no trânsito, cedendo sempre a vez em cruzamentos, evitando filas duplas em portas de escolas e bares, não parando em cima das faixas de pedestres, deixando o motorista ao lado entrar na frente, evitando buzinar em congestionamentos, entre outros. Mas basta observar um pouco esse espaço coletivo para perceber que nem todos são tão gentis assim.

Motorista de VW Gol estaciona em ciclovia, na Rua Professor Morais



Depoimentos:

Marly Ponciano
Taxista
“Eu me acho gentil. E a coisa que mais acho ruim no trânsito é justamente a falta de educação. Você liga a seta e as pessoas não deixam passar. E dar seta, é pedir por favor para entrar. Mas muita gente não deixa. Como não gosto que façam comigo, então não faço com os outros”

Tatiana Moraes Araújo
Dentista
“Acho que sou. Quando estou em um cruzamento, se tem carro querendo entrar, eu deixo. Se estou em uma avenida e alguém dá seta, eu deixo passar. Para o pedestre, sempre dou a preferência. São as situações que considero de gentileza. Mais do que isso, é obrigação”

Jorge Bilhar
Representante comercial
“Às vezes. Muitas vezes é complicado, não tem jeito de ser tão gentil. Você está com pressa, com alguma necessidade. Mas na maior parte das vezes sou”

Aridelson Peixoto
Advogado
“Eu quase não dirijo. Minha mulher é que dirige. De maneira geral, no trânsito hoje vejo muito desrespeito. Não é questão de gentileza, mas de educação. Parece que as pessoas vivem correndo. Estão sempre com pressa. O problema são as pessoas”

Martinho Franco
Advogado
“Eu? Sim. Sinceramente é difícil explicar por quê. Detesto buzinar. Acho que xingar não resolve. Não adianta ficar estressado no trânsito, estraga o dia”

Carro estacionado sobre o passeio na Rua Rio Grande do Norte



Luciano Ruas
Operador de escavadeira
“Passei 20 anos em Porto Alegre. E faz um mês que voltei para Belo Horizonte. Sinceramente, aqui o trânsito é muito bagunçado. Gosto muito daqui, é minha cidade natal, mas infelizmente o trânsito é muito complicado. Há engarrafamentos por praticamente nada, por simples falta de sinalização”

Hudson Sampaio
Aposentado
“Procuro ser. Às vezes o cansaço faz a gente ficar mal-humorado. É preciso ser mais educado com todos, mais gentil. E às vezes o cansaço e o estresse te põem sem educação. Eu procuro ter o melhor relacionamento possível com meu companheiro, ou melhor, com o meu ‘sofredor’ de trânsito”

Ana Maria de Vasconcellos Campos
Empresária
“Gentilíssima. Não atrapalho quem está atrás. Dou passagem para as pessoas. Mas, no geral, não vejo gentilezas. É o contrário. Parece que existe uma competição no trânsito”

Joseni Alves da Silva
Copeiro
“Acho, sim. Dou a preferência, respeito os limites de velocidade, os pedestres, as leis de trânsito. Mas são poucos que respeitam. Muitos não estão nem aí”


Pessoas atravessam com o sinal fechado para pedestres na Avenida Amazonas, esquina com Afonso Pena

 

Mais do que apressados ou imprudentes, muitos motoristas se mostram sem educação ou apenas "não gentis". Quando foi que você se sentiu injustiçado? O que mais lhe chamou a atenção nos últimos meses no trânsito? Já presenciou (ou viveu) alguma situação que teve vontade de xingar? Ou tem uma boa e gentil história para contar? Envie para nós ou comente no espaço abaixo!