No início da semana, a Stellantis, Hyundai e General Motors anunciaram a suspensão das operações de suas fábricas no Brasil, localizadas em São Paulo e Pernambuco. Agora, a Mercedes-Benz aderiu “ao movimento” também, paralisando parte da planta de São Bernardo do Campo (SP) e, assim como as demais, concedendo férias coletivas aos funcionários.
E não, isso não se trata de nenhuma "rebelião" nem nada do tipo. Na verdade, tanto a Mercedes-Benz quanto as outras montadoras tomaram tais medidas por necessidade frente ao atual contexto de escassez de semicondutores e queda nas vendas de veículos.
No caso da marca alemã, parte do seu efetivo da linha de produção, em São Bernardo do Campo, será dispensado do dia 3 de abril ao dia 2 de maio. A planta é responsável pelos caminhões e chassis de ônibus.
O contexto por trás da paralisação da Mercedes
Ontem (21), a Mercedes-Benz divulgou uma nota confirmando as férias coletivas “de forma parcial para colaboradores de algumas áreas das linhas produtivas”. Mas o que está por trás disso?
Segundo o diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, a mudança para o Euro 6, conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores a diesel, foi um impacto para o aumento do custo dos caminhões neste ano.
Isso, somado aos juros em alta, tem trazido complicadores para o financiamento dos veículos comerciais da Mercedes-Benz, dificultando a compra dos mesmos pelos consumidores brasileiros. Assim, os estoquem começam a se acumular.
Dessa forma, de acordo com a empresa alemã, a medida seria necessária para a que houvesse uma adequação dos volumes de vendas de veículos comerciais com o mercado atual, em queda.
Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em janeiro e fevereiro de 2023, houve, em relação ao mesmo período de 2022, uma queda de 4,4% no número de emplacamentos de carros de passeio e comerciais leves.
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