Campinas, São Paulo - Muita coisa a fazer, mas com tempo e dinheiro limitado. É o que o Brasil enfrenta para sediar a Copa do Mundo de 2014. Embora ainda falte um tempo até começar a Copa da África do Sul, o plano de investimentos já está sendo traçado pelas cidades-sede. E, além da segurança e instalações, a principal preocupação das prefeituras é em relação ao transporte de massa. O que deixa um grande nicho para a Mercedes-Benz, uma das principais desenvolvedora do sistema Bus Rapid Transit, ou BRT, no país. Cerca de 10 vezes mais barato que o metrô, o sistema já é aplicado com sucesso há três décadas em Curitiba, Paraná.
O funcionamento é simples: em geral um ônibus bi-articulado pega os passageiros em estações que ficam ao nível do piso do coletivo. A passagem é paga no próprio ponto, de preferência em vale transporte digital. Com isso, o tempo de desembarque e embarque circula entre 20 e 30 segundos. Além da rapidez, são beneficiadas também pessoas com dificuldades de acesso, que contam com a infra-estrutura ideal a cada ponto. Em um ônibus normal, o elevador utilizado para dar acesso ao um cadeirante, pode levar até 4 minutos para realizar a tarefa.
Em São Paulo, o sistema foi aprimorado para abranger vias especiais, o que racionaliza o transporte de uma maneira que apenas os veículos leves sobre trilhos poderiam fazer, mas com um custo quatro vezes superior. A marca da estrela de três pontas já enceta negociações com todas as cidades-sede e pretende dominar esse setor de aplicação.
Um show de ônibus
Essa e outras soluções foram apresentadas na segunda edição do Showbus, evento dedicado a ônibus realizado pela Mercedes-Benz em sua unidade de Campinas, São Paulo. Realizado nos dias 18 e 19 de maio, o evento é o maior do gênero no Brasil, onde o mercado se ressente de uma exposição específica para ônibus.
A marca aproveitou a ocasião para lançar três novos chassis, que já se somam a gama de 15 produtos disponíveis no Brasil: o grandalhão O 500 RSDD 8X2, um rodoviário de quatro eixos que aceita até mesmo carrocerias de dois andares; o intermediário OF 1730 para usos interurbanos ou citadinos e a versão de piso baixo do OH 1518.
No evento também são expostas pesquisas que a Mercedes está realizando com biocombustíveis, inclusive a utilização de óleo diesel derivado da cana-de-açúcar. E também algumas mostras da tecnologia de testes, como um dispositivo que permite controlar o ônibus eletronicamente, tudo para eliminar a interferência humana em testes repetitivos. Tecnologias que podem ajudar a marca a manter a liderança de 54% de participação no mercado de comerciais. Diariamente, são transportados 22 milhões de brasileiros em seus veículos. Uma aposta de peso.