De Campinas - Numa época em que crossover virou moda e até monovolume se passa por modelo aventureiro, o Classe G representa o que há de mais tradicional entre utilitários-esportivos. Lançado pela Mercedes-Benz, em 1979, o jipão de design quadrado sofreu sucessivas atualizações ao longo dos anos, sempre mantendo a aptidão para encarar os mais difíceis tipos de terreno, de ângulos laterais até aclives acentuados, sem abrir mão do conforto característico dos carros da marca de três pontas. Uma lista de predicados que o qualificam como produto de nicho no mercado brasileiro, em que as vendas estão longe de alcançar o volume de concorrentes como o Range Rover. “Em 2009 vendemos cinco unidades do Classe G no país e em 2010, 10. Esperamos encerrar 2011 com 20 unidades comercializadas, apesar de que até julho já emplacamos a metade”, comemora o gerente de vendas da Mercedes-Benz, Dirlei Dias, sobre a versão esportiva G 55 AMG do modelo, única importada atualmente – em 2012 também virá a G 500 Avantgarde.
Para convencer potenciais clientes sobre a virilidade do utilitário-esportivo relançado em 2008 (entre 1991 e 1993 foram trazidas cerca de cinco unidades para o Brasil), a ação Classe G Experience da marca promoveu test-drive em trajetos off-road. Condições de uso bem diferentes que revelaram ao caderno Vrum algumas das razões que justificam o preço nada acessível do jipão: US$ 295 mil.
Dentro e fora O design, ao mesmo tempo que mantém o formato retilíneo da carroceria, adiciona pormenores modernos. Faróis redondos guardam canhão de luz integrado, acompanhados de setas integradas aos retrovisores. Pneus 275/55 calçados em rodas aro 19 e duplo escape sob os estribos laterais realçam a esportividade do pacote AMG. Na traseira, o enorme estepe fixado no centro da tampa do porta-malas pode até insinuar perda de visibilidade, mas uma câmera ligada à tela no controle central cumpre a função de auxiliar o estacionamento.
Regulagens elétricas de altura, distância e lombar para os bancos dianteiros estão entre os mimos no interior do G 55 AMG. O acabamento pode vir em tons de branco ou marrom, combinados de acordo com as cores externas prata, preta ou cinza. Apoio de cabeça central no banco traseiro não foi esquecido e uma rede delimita o espaço do porta-malas, suficiente para levar um cão da raça são-bernardo bem crescido. Oito airbags e comando de voz em inglês para trocar a estação de rádio ou atender ao celular complementam a vasta lista de equipamentos.
Desempenho Na terra, a caixa de transferência com três opções de bloqueio de diferencial, dianteiro, central e traseiro, permite diagnosticar quais rodas perderam contato com o solo, saindo com facilidade de ângulos laterais de até 54 graus. Freios ABS e controle eletrônico da tração também garantem que o jipão não tombe em aclives de até 80%. No modo Low, é só tirar o pé do freio e deixar o Classe G descer até a base do abismo. No asfalto, o motor 5.5 V8 esbanja suavidade e torque, mesmo o jipão pesando mais de 2.500 kg. A velocidade máxima limitada eletronicamente em 210km/h deixa evidente que o Classe G foi feito para o uso fora de estrada e não para uma pista de corrida.
(*) Jornalista viajou a convite da Mercedes-Benz
HERÓIS DA RESISTÊNCIA
Lada Niva
Apesar de ser três anos mais idoso que o Classe G, o utilitário russo (também conhecido como 2121) não evoluiu tanto em tecnologia. Motores 1.7 a gasolina e 1.9 a diesel foram os últimos aperfeiçoamentos, introduzidos em 1993.
Land Rover Defender
Lançado em abril de 1948, o primeiro 4x4 da marca britânica está em sua terceira geração. A exemplo do Classe G, é fiel ao modelo original nas formas, mas deu origem a uma família composta de station wagon, picape cabine dupla e chassi.
UAZ Hunter
Outro modelo russo foi apresentado como Typ 69A em 1955, mas só começou a ser produzido em 1965. É vendido com três opções de motorização: 2.9 a gasolina de 84 cv, 2.4 a diesel de 86 cv e 2.2 turbodiesel de 91 cv.