Abalada pelos efeitos do coronavírus, a indústria de veículos ensaiou uma reação em julho, com alta de 43,61% nos emplacamentos em relação ao mês anterior. Enquanto em julho foram registrados 279.103 veículos, em junho foram 194.345 emplacamentos. Porém, quando comparado a julho de 2019, quando foram registrados 349.408 unidades, a retração do setor foi de 20,12%.
Já no acumulado do ano, 1.504.731 veículos já foram registrados, uma queda de 33,67% sobre o mesmo período de 2019, quando foram emplacadas 2.268.385 unidades. Os números foram apurados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e levam em consideração todos os segmentos: automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas e implementos rodoviários.
“Independentemente de termos tido dois dias úteis a mais em julho (23) em relação a junho (21), podemos observar que o mercado vem, gradativamente, se ajustando ao ‘novo normal’ e o índice de confiança começa a melhorar, principalmente quando vemos uma retração menor do que a esperada nos números de desemprego e melhores níveis de aprovação cadastral para financiamento de veículos”, explicou Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.
AUTOMÓVEIS No segmento dos Automóveis e Comerciais Leves, a alta de julho em relação ao mês anterior é de 32,84%, com 163.083 unidades, contra 122.765 em junho. Comparado a julho de 2019, quando foram emplacados 232.203 veículos, a redução é de 29,77%. Já no acumulado do ano, de janeiro a julho, a retração é de 37,45% em relação ao ano passado, totalizando 926.337 unidades.
“O próprio isolamento social, provocado pela pandemia, tem feito os consumidores voltarem a procurar por carros próprios, evitando, assim, aglomerações nos transportes coletivos”, avaliou Alarico. Na análise da Fenabrave, a abertura da maior parte das concessionárias do país em julho, mesmo com horário de atendimento reduzido em algumas cidades, o segmento de automóveis e comerciais leves reagiu positivamente.
MOTOS Também houve uma reação nos emplacamentos de motocicletas, um aumento de 85,58%, saltando de 45.891 unidades em junho para 85.166 em julho. Se comparado a julho de 2019, quando foram registradas 90.059 unidades, a queda de 5,43%. No acumulado do ano foram emplacadas 435.454 unidades, volume 29,79% menor que as 620.211 motocicletas vendidas no mesmo período de 2019. “A produção está sendo retomada pelas montadoras, por isso conseguimos atender a parte da demanda reprimida”, disse o presidente da Fenabrave.
CAMINHÕES Com 9.522 unidades, os emplacamentos de caminhões em julho cresceram 8,69% em relação a junho, quando foram registradas 8.761 unidades. Comparado a julho do ano passado, quando foram registrada 9 mil unidades, também houve um aumento de 5,8% na comercialização de caminhões. Já no acumulado de janeiro a julho, com 47.148 registros, existe um decréscimo de 15,6% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram emplacadas 55.865 unidades. “Essa queda se deve, na verdade, à redução na produção das montadoras que, se estivesse normalizada, poderia atender à demanda que temos tido. Hoje, já temos pedidos para outubro”, disse Alarico Assumpção Júnior.
ÔNIBUS O principal fator que aumentou as vendas de ônibus em julho em 45,62%, de 1.893 unidades em junho contra 1.300 em junho, foi o Programa Caminho da Escola, do governo federal. Sobre julho de 2019, quando foram emplacadas 2.396 unidades, a redução é de 20,99%. No acumulado de 2020 foram 9.769 registros, uma queda de 33,98% sobre o mesmo período do ano passado, que registrou 14.798 vendas.
USADOS A comercialização de veículos usados cresceu 53,07% em julho, totalizando 1.139.805 unidades, contra 744.642 em junho. Este número também considera todos os segmentos automotivos. “O mercado esteve bastante ativo no mês passado. Observamos a regularização de parte das transferências de titularidade, que estavam paradas nos DETRANs, o que contribuiu para o aumento de volume de transações este mês”, destacou Alarico Assumpção Jr. Apesar disso, os números ainda apontam retração de 14,42% na comparação com julho de 2019, quando foram vendidas 1.331.788 unidades. No acumulado do ano ainda há retração em relação a 2019, com queda de 30,81%.