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Melhores e Piores - Bom até na hora da batida

Índice de reparabilidade do Cesvi Brasil indica os modelos que, depois de uma colisão, têm o conserto mais barato. Classificação pode ser indicativo de um seguro em conta

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Custo de manutenção e preço do seguro são preocupações comuns para quem vai comprar um carro. Os interessados podem encontrar um indicativo desses valores na pesquisa CAR Group, realizada anualmente pelo Centro de Estudos Automotivos (Cesvi Brasil), que analisa o custo e o tempo
gasto para reparar um veículo e divulga um índice de reparabilidade. De acordo com Claudemir Rodriguez, analista técnico do Cesvi, esse índice é usado pelas seguradoras como um dos elementos que vão definir o valor da apólice.

O estudo de cada modelo começa com um crash test, feito de acordo com a norma internacional Research Council for Automobile Repair (RCAR). Como o interesse da avaliação é analisar a reparabilidade, o teste é feito em baixa velocidade (15km/h). Segundo o analista técnico do Cesvi, os crash tests de alta velocidade são feitos para estudar a segurança. Por determinação da norma, a colisão frontal abrange 40% do lado esquerdo do veículo e a traseira, 40% do lado direito.

Depois desse teste, o veículo é levado para a oficina do Cesvi, que faz o levantamento das peças que serão substituídas e as
que serão reparadas. “Nós partimos do princípio de que toda peça, com exceção das estruturais, são reparáveis. Se o preço do reparo for mais alto que sua substituição, essa peça passa para a categoria das que devem ser trocadas”, explica Claudemir. A lista de peças a serem substituídas segue para o fabricante do modelo, que informa seu preço.

As peças a serem reparadas têm seu custo calculado pelo tempo de serviço e o material gasto (tinta, verniz, lixa etc).

CESTA BÁSICA Nesse resultado ainda é adicionado o valor de uma cesta básica, formada pelos 15 componentes que mais se estragam em batidas, ainda que no crash test alguns não tenham sido afetados. Essa cesta básica é formada pelos para-choques dianteiro e traseiro, grade do radiador, capô, tampa traseira, painel dianteiro e traseiro, para-lama dianteiro, farol, lanterna, radiador, condensador, porta dianteira e traseira e lateral traseira. Esse valor total, em reais, é o que classifica o modelo.

A classificação (feita por categoria) vai de 10 a 60, cada uma com uma faixa de preço, sendo que quanto mais baixo melhor é o índice de reparabilidade.

FABRICANTES A classificação de um veículo está diretamente ligada ao comportamento de seu fabricante, desde o projeto até a oferta de peças a preços competitivos. Por exemplo, se a batida afetar a longarina do veículo, o preço do reparo fica bem mais salgado e o índice do modelo pode subir bastante, já que o valor da peça é alto e a remoção dos componentes adjacentes demanda muito tempo. Neste caso, a adoção do crash box, uma
travessa que reduz a energia do impacto nas longarinas, pode gerar boa economia.

O capô é um componente que costuma apresentar grande
diferença de preços entre os modelos. E os que oferecem a peça a um preço melhor conseguem alguma vantagem. Outro componente caro é o condensador, peça do ar-condicionado que está entre as que mais se estragam em batidas. De acordo com o analista, os fabricantes trabalham para oferecer esses itens a preços competitivos para conseguir uma boa classificação no CAR Group.

SEGURO Claudemir alerta que, se a intenção é ter uma ideia do preço do seguro, é preciso analisar o Car Group com cuidado. “Às vezes, o modelo foi bem classificado quanto à reparabilidade, mas apresenta um alto índice de roubos ou furtos. Nesse caso, o veículo não vai ter um seguro muito barato, porque um aspecto prejudica o outro, mas a boa colocação no índice de reparabilidade já ameniza bastante”, conta o analista técnico.

O Master foi o último colocado, o que indica conserto de valor elevado