Para agradar passageiros e manter o interior do táxi sempre limpo, Helena Rocha utiliza dois tipos de produtos de limpeza. “Costumo aplicar um líquido no carpete e forro, além de silicone no painel”, revela. A atitude da taxista demonstra certo zelo com o instrumento de trabalho, mas é um reflexo de higiene dentro do carro, cuidado que, quando não é deixado de lado, foge do controle de muitos motoristas. “Vestígios de comida, cigarro, vômito e até cocô de cachorro no banco traseiro são fáceis de encontrar na maioria dos carros”, conta o proprietário do Lava Rápido Sete Minutos, João Carlos Hudson.
Diante do odor impregnado, lava a jatos de Belo Horizonte oferecem diferentes serviços para a limpeza. No Sete Minutos, que funciona na Av. dos Bandeirantes (Região Sul da capital), a recomendação dada aos clientes é lavar o revestimento dos bancos. “No procedimento, retiro a capa dos bancos, aplico um desengraxante e, em seguida, um jato de água. Removo o tecido para o processo de lavagem não interferir na densidade e no molde da espuma. Nos bancos forrados em couro, tirar o mau cheiro é ainda mais simples”, enfatiza o proprietário. Se o fedor não for embora, o lava a jato também limpa os carpetes. “Nesta parte, o lavador deve ter muito cuidado ao mexer na parte acústica do veículo, que pode ter peças caras e complicadas de encontrar”, recomenda Hudson, que cobra R$ 40 pela limpeza de cada banco.
Ainda assim, se o mau cheiro persistir, João Carlos aponta a higienização. “Neste caso aplico um bactericida e lavo tudo com esponja. Aplico no painel, volante, bancos, carpete e forro das portas e o resultado é melhor”, alega. O preço deste serviço, porém, é quatro vezes maior: R$ 160.
ODORIZANTE Outra técnica para tirar mau cheiro de dentro do carro é instalar ou aplicar odorizante, popularmente conhecido como cheirinho. O taxista Mozart Menezes aprova o produto. “Os passageiros costumam elogiar o cheirinho, mas não gosto de silicone. A poeira fica impregnada no local”, comenta. No lava a jato e estacionamento Santa Efigênia os odorizantes estão entre os itens mais procurados pelos clientes. “Nem é preciso aplicar e custa pouco. Tenho dois tipos de cheirinho: um em formato de pote para colocar no console central e outro que fica sobre as saídas de ventilação do painel”, explica o gerente do estabelecimento, Bruno Joviano. O preço de cada um dos odorizantes é R$ 10.
EUCALIPTO Também indicada pelo proprietário do lava a jato Santa Efigência, a essência de eucalipto é cortesia na limpeza interna do veículo. “Mas a maioria dos motoristas não gosta. Aplico este produto superficialmente sobre o painel para não ficar com odor muito forte”, alega Joviano. Para o gerente, motoristas que costumam limpar o carro por dentro têm personalidades distintas. “Ou é o tipo de cara que lava o carro toda semana, ou é aquele desleixado, que só volta para higienizar o carro quando o odor está impregnado”, acrescenta.
O Serra Car Wash oferece a aplicação de silicone se o dono do carro deixar. “Fica com cheiro de chiclete, mas nem todo mundo aprova”, comenta o lavador Alessandro Lopes da Silva. A ducha com limpeza interna sai por R$ 40 no lava a jato.
MITO DA MAÇÃ No cotidiano do Serra Car Wash, Alessandro revela sempre receber carros com maçãs colocadas por debaixo dos bancos. “Mas para mim não faz diferença para tirar mau cheiro”, afirma. O costume de muitos motoristas utilizarem a fruta para tirar mau cheiro no interior do veículo é confirmado por João Carlos, que discorda da opinião do lavador e defende que, se for bem aplicada, a maçã pode surtir efeito. “Quatro maçãs picadas em forma de cruz podem sugar o odor ruim do interior do carro em até três dias. Mas o motorista deve ficar atento para não esquecer a fruta dentro do veículo, pois, se apodrecer, o efeito será inverso”, ironiza o proprietário do Lava Rápido Sete Minutos.