Duas marcas chinesas que vendem veículos no Brasil anunciaram nesta terça-feira a paralisação da produção por causa causa do aumento da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A Lifan e a Effa Motors produzem seus carros em San Jose, no Uruguai, país que está excluído da isenção do imposto.
A Lifan fabrica os modelos 320, uma cópia do Mini Cooper, e o sedã-médio 620. Além disso, possui parceria com a Effa no país. Cerca de 3000 veículos Lifan estão parados no pátio da fábrica. A interrupção também acarreta em demissão de funcionários.
O Uruguai quer que as montadoras Kia, Lifan e Cherry possam continuar exportando os carros montados no Uruguai para o Brasil sem o aumento do IPI. Essas montadoras não conseguem cumprir o índice de conteúdo regional que garantiria a manutenção do tributo no mesmo patamar.
Nesta terça-feira, a secretária de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloisa Meneses, informou nque o Brasil pode abrir uma exceção para o Uruguai em relação ao aumento da alíquota do IPI para carros importados. "A medida foi muito significativa para o Uruguai, mas o comércio é pouco significativo para o Brasil", afirmou depois de participar de uma reunião no Ministério da Fazenda com o secretário-executivo Nelson Barbosa e o vice-ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Luis Porto.
A secretária lembrou que o Brasil tem um acordo automotivo com o Uruguai com uma cota de 12 mil veículos por ano, que podem entrar no Brasil com benefícios tributários. "O Uruguai está num esforço crescente para aumentar o conteúdo regional, mas a indústria de autopeças ainda é incipiente", afirmou. "Vamos estudar com carinho o pedido do governo uruguaio. A medida não foi feita para impactar a relação entre Brasil e Uruguai", completou.