De Fortaleza (CE) - O objetivo era melhorar em 10% os índices de consumo do Mille. O trabalho poderia ser menos complicado se o modelo já não fosse um dos mais econômicos do mercado brasileiro. Então, os engenheiros tiveram que "atacar" em várias frentes. Por isso, não se pode dizer que o Economy seja um equipamento. Na verdade, o sistema é um conjunto de ações, que inclui desde alterações no motor a pneus especiais.

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Motor
Foi a parte mais alterada. O peso das bielas, que agora são de ferro fundido, foi reduzido em 30%, em relação ao conjunto anterior. O coletor de escape foi redimensionado, tem desenho tubular, com o novo catalisador (de maior volume e capacidade de processamento) mais próximo. No comando de válvulas, as mudanças (tuchos, pastilhas de regulagem, pratos de molas e válvulas mais leves) possibilitaram uma redução de peso de 27%, além de diminuir (em 25%) a carga das molas das válvulas, o que significa menor energia desprendida para acionar o eixo comando. O motor também foi recalibrado, ficando a marcha lenta em rotação mais baixa (750 rpm) e equipado com nova central eletrônica. A Fiat passa a adotar o óleo 5W30 Low Friction, que reduz o atrito e custa cerca de 10% mais do que o lubrificante anterior.

Suspensão
Para deixar o Mille com a menor resistência possível, foi feita calibragem fina na suspensão, alterando ângulos do câmber, caster e convergência. Junto com essa mudança, está a adoção de pneus especiais (também bem mais caros que os do modelo anterior), com menor resistência ao rolamento (30% menos), desenvolvidos pela Bridgestone. Mas essas duas soluções não puderam ser implementadas na versão Way, que tem maior altura do solo, devido ao centro de gravidade mais elevado. Com isso, a melhoria no consumo da Way fica limitada a 5%, a metade da alcançada pela Fire.

Câmbio
A versão Fire também foi contemplada com a quinta marcha mais longa (de 0,872:1 para 0,838:1), o que possibilita usar o motor em menor regime de rotações nas estradas e grandes avenidas, ajudando na redução do consumo.

Econômetro
Mas o que interessa mesmo para quem comprar o novo Mille é o instrumento do quadro. Trata-se de um indicador de consumo instantâneo, que ajuda o motorista a dirigir de forma econômica. O mostrador tem uma faixa amarela, que indica que o carro não está sendo guiado de forma econômica, e verde, que indica consumo menor. A faixa branca indica que o veículo está em marcha lenta. A Fiat garante que o motorista pode confiar no reloginho, já que seu sistema eletrônico leva em conta informações vindas diretamente dos bicos injetores (válvulas injetoras). Por isso, o condutor precisa ficar de olho no peixe, (no trânsito), mas sem descuidar do gato (o reloginho).

(*) Jornalista viajou a convite da Fiat Automóveis