De São Paulo - Apesar de a produção em território nacional ter sido adiada, a chinesa JAC Motors realmente não desistiu do mercado brasileiro. Sérgio Habib, presidente da marca no país, revelou que no início de 2019 passam a ser fabricados no Brasil os modelos T5 e T40, que acaba de chegar importado da China. O modelo foi pensado inicialmente como um hatch compacto, mas o projeto foi mudado para SUV no meio do caminho. Apesar disso, a própria JAC compara o T40 com hatches aventureiros como Hyundai HB20X, Honda WR-V, Sandero Stepway e Citroën Aircross.
De acordo com Habib, a JAC vai direcionar sua linha de produtos no Brasil para os SUVs e picapes, abandonando hatches e sedãs. O projeto foi desenvolvido por engenheiros brasileiros, que foram ao JAC Italy Design Center, em Turim, na Itália, para explicar aos desenhistas qual seria o estilo que agradaria ao consumidor. O resultado foi um veículo com linhas de SUV e porte de hatch compacto, com ampla grade frontal, muitos detalhes cromados, laterais com linha de cintura elevada e traseira robusta, marcada por vincos e área envidraçada mais estreita.
Suas dimensões são comedidas (4,13m de comprimento, 1,75m de largura e 1,56m de altura), mas o entre-eixo de 2,94m garante um bom espaço interno. O peso é semelhante ao de um hatch (1.155 quilos). Já o porta-malas tem volume de SUV, 450 litros. Com altura em relação ao solo de 18cm, é um carro mais indicado para o asfalto do que aventuras na terra.
No banco traseiro, o assoalho plano favorece o espaço para as pernas, mas o acesso ali é dificultado pelas portas pequenas. Para os padrões chineses, o acabamento interno melhorou muito, com plástico duro de melhor aparência e couro nos bancos, volante e detalhe no painel. O painel de instrumentos conta com elementos analógicos e uma pequena tela digital com dados de consumo e hodômetro, mas tem números tão pequenos que não dá pra enxergar. A JAC disse que pretende resolver essa questão. A estratégia é conquistar o consumidor pela oferta de ampla lista de equipamentos e preço competitivo.
CONTEÚDO Na versão de entrada Pack 2 (R$ 56.990), o JAC T40 traz de série travamento automático das portas a 15km/h, assistente de frenagem de pânico (BAS), controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e tração (TCS), assistente de partida em rampa (HSA), sistema de monitoramento da pressão dos pneus, sensor de estacionamento traseiro, luzes diurnas com LEDs, sensor crepuscular, controlador de velocidade, sistema Isofix de fixação de cadeiras infantis, rodas de liga leve aro 16 polegadas, travas das portas e retrovisores elétricos e volante com comandos do som.
Curiosamente, a versão mais simples só começa a ser vendida dentro de três meses. Quem quiser o carro agora precisa optar pela versão Pack 3 (R$ 58.990), de topo, que acrescenta o kit multimídia com tela de oito polegadas e câmera de ré, além do JAC Connect Front Camera, que grava imagens e sons dos percursos percorridos com o carro. E se o cliente optar por pintura bicolor, paga R$ 1.990 a mais. Devido ao custo que acrescentaria ao veículo, o sistema multimídia não oferece opção de navegador, mas a JAC aposta no uso de aplicativos do smartphone (como o Waze) para suprir essa falta.
DIRIGINDO O JAC T40 tem motor 1.5 VVT 16V flex, que desenvolve 125cv com gasolina e 127cv com etanol, com torques de 15,5kgfm (g) e 15,7kgfm (e). Inicialmente, o modelo será comercializado apenas com o câmbio manual de cinco marchas, mas a JAC já anunciou a chegada da versão CVT para fevereiro de 2018, disponível apenas para a versão de topo, escolha que soma mais R$ 5 mil ao compacto.
O conjunto se mostra fraco em algumas situações. As retomadas de velocidade são lentas, já que o motor demora a responder. As suspensões do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira proporcionam um rodar macio e boa estabilidade. A direção com assistência foi bem calibrada. O sistema de freios conta com discos ventilados na frente e sólidos atrás, além de toda a eletrônica para garantir a segurança.
* Jornalista viajou a convite da JAC do Brasil