O assunto “faróis de xênon” já rendeu (e ainda rende!) muita discussão dentro do universo automotivo, apesar de não haver dúvida sobre a eficiência das lâmpadas de descarga de gás. Todo o problema gira em torno da sua adaptação em faróis que originalmente foram projetados para usar lâmpadas halógenas. Mas o desenvolvimento de um novo produto pode tornar o uso do xênon viável em modelos mais baratos. A Magneti Marelli apresentou como uma tendência para o mercado brasileiro a lâmpada de xênon de 25W, menos potente que a tradicional, de 35W.
À primeira vista pode não parecer, mas essa redução de potência faz toda a diferença quanto à aplicabilidade dessa tecnologia nos faróis dos carros de menor preço. Como essa lâmpada gera um fluxo luminoso inferior a 2 mil lúmens, ela dispensa a necessidade de lavador e ajuste automático de altura dos fachos de faróis, como exige a Resolução 294 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), adotada em 2008 para colocar ordem num cenário em que a adaptação de lâmpadas convencionais de xênon era feita sem nenhum critério.
Outras vantagens da lâmpada de 25W são: seu menor custo, tamanho e peso em relação ao modelo convencional (xênon de 35W); maior durabilidade (mais de 5 mil horas de uso, que é praticamente toda sua vida útil dentro do veículo); por usar 12 volts de tensão, o farol pode ser aplicado diretamente no processo produtivo do veículo; por ser compacta, permite que o farol tenha mais recursos e dá mais flexibilidade de estilo.
SEM ADAPTAÇÕES A vantagem desse farol é simples: essa lâmpada proporciona mais luminosidade que as halógenas, usadas em larga escala atualmente, porém não consegue o mesmo desempenho da lâmpada de xênon convencional. Mas não se trata de adaptação desta em faróis que foram projetados para usar lâmpadas halógenas. O xênon de 25W permite desenvolver projetos de faróis muito mais econômicos em relação aos de 35W, que exige acessórios e uma estrutura muito mais cara.
De acordo com o engenheiro óptico Giovanni Barros, da área de pesquisa e desenvolvimento da Magneti Marelli, quando se instala uma fonte luminosa diferente da que foi originalmente projetada para aquele farol, o facho luminoso é distribuído de forma incorreta, podendo ofuscar a visão dos demais motoristas que estão na via.
EUROPA Segundo Laurent Meister, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Magneti Marelli, na Europa existe uma tendência cada vez maior de os veículos usarem faróis com LED, à medida que o xênon vai cair em desuso. Ele prevê um cenário em que ou o veículo usará LED, ou, os mais baratos, lâmpadas halógenas. Ele propõe àquele mercado o uso do xênon de 25W, que tem vantagens em relação ao halógeno.