Itu* (SP) —Para aqueles que conhecem a coreana Kia somente pela van Besta, ou pelos pequenos veículos comerciais, é bom ficar atento, pois a marca está mudando seu perfil no mercado brasileiro. A última novidade dos coreanos é o compacto Picanto, que tem motor 1.1, opção de câmbio automático e amplo pacote de itens de série, o que o situa entre os carros da categoria premium.
O compacto premium foi apresentado em Itu, interior paulista, onde a Kia Motors tem razoável estrutura de distribuição de peças, com estoque de 56 mil itens originais. A empresa garante que entrega as peças em qualquer uma de suas 56 concessionárias distribuídas no país em no máximo cinco dias.
Estilo
O Picanto, que vem do francês piquant, ou picante, tem dimensões compactas —é menor que o Ford Ka e Chevrolet Celta —e formas arredondadas, que fazem lembrar o Renault Twingo. A frente é curta, com faróis grandes e acentuada inclinação do pára-brisa. O desenho segue a tendência dos monovolumes compactos, com teto arqueado e traseira mais reta.
O carro já pode ser visto nas concessionárias da marca em cores fortes, pouco usuais no mercado brasileiro. O acabamento interno também é diferente, com tecidos nas cores azul, alaranjado e cinza nos bancos. O interior é dominado pelo plástico e há diversos porta-trecos à disposição. Apesar de ser compacto, o Picanto tem bom espaço interno para quatro pessoas. Mais do que isso, complica. O porta-malas tem apenas 157 litros e não leva mais do que uma pequena mala ou sacolas. A visibilidade não é um ponto forte do compacto, que tem as colunas dianteiras avançadas, atrapalhando a visão do motorista. Mas o carro é ergonomicamente correto, com comandos bem localizados, e o painel prático e funcional.
O motor 1.1 de 12 válvulas surpreende. É preciso levar em consideração que o carro pesa 890kg (com transmissão manual), o que acaba favorecendo a relação peso/potência. Em um rápido teste, foi possível perceber que, com o câmbio automático de quatro velocidades, o Picanto dá conta do recado, arrancando até mesmo em subidas com ar-condicionado ligado e quatro ocupantes. Não é nenhuma maravilha, mas para um carro com motor de baixa cilindrada pode-se dizer que é eficiente. Detalhe: o motor grita muito a partir de 3.500rpm.
Já com o câmbio manual, o comportamento do compacto melhora e os ruídos de funcionamento do motor tornam-se mais suaves. O câmbio tem engates macios e precisos e a relação de marchas atende perfeitamente. Direção e suspensões foram bem calibradas, garantindo segurança em manobras mais rápidas e os freios também se mostraram eficientes.
Além do amplo pacote de itens de série, a Kia Motors oferece para o Picanto garantia de cinco anos, mas desde que sejam feitas as revisões obrigatórias de 1.000 quilômetros (R$ 42), 10 mil (R$ 136) e 20 mil (R$ 276), que incluem trocas de óleo e filtros. O modelo chega para concorrer com Citroën C3 e VW Fox em única versão EX, com preços de R$ 34,9 mil (câmbio manual) e R$ 39,9 mil (automático).
* Jornalista viajou a convite da Kia Motors do Brasil