O Kia Picanto 2012 está com cara de poucos amigos, como mostra no Salão de Genebra, que se encerra neste domingo (13).
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Um estilo invocado feito não para desencorajar aproximações, mas justamente para seduzir mais compradores. Aparentemente contraditória, a missão faz sentido. Se o antigo carrinho, surgido em 2004 com um estilo algo apagado – até a primeira reestilização – já ganhou 1,1 milhão de donos, o novo modelo deve responder por um número bem maior nas contas da Kia, graças em grande parte ao estilo agressivo, acompanhado de novidades mecânicas e de equipamentos. Além disso, cresceu em dimensões para se destacar no concorrido mercado europeu de carros urbanos.
Vitamina com fermento
Com imagem mais agressiva, o Picanto deve aumentar o sucesso conseguido pelo original. A despeito do kit de faixas disponível em concessionária, a imagem do Picanto nunca foi esportiva, sendo mais parecido com um carro de desenho animado japonês (ainda que sul-coreano). Até agora. Nas palavras da própria Kia, o carro deixou de ser “fofo e feminino” e se tornou “bonitão e maduro”. Jargões à parte, o fato é que o Picanto ficou alinhado à linha de desenho da companhia, traçada pelo diretor de estilo Peter Schreyer, ex-chefe de design da Audi. Recortado por vincos, o Picanto tem faróis elevados, que podem receber iluminação auxiliar em LEDs, tal como as lanternas. A grade boca de tigre, traço dos Kia, está lá fazendo par com a entrada de ar no para-choque ladeada por faróis de neblina em gotas. A linha de cintura é demarcada por um vinco, que começa nos para-lamas e circunda a carroceria, dando formato côncavo à tampa e moldando as lanternas em bumerangue.
Essa guinada em direção à esportividade foi reforçada pela oferta do modelo de duas portas, que assume postura mais brava, com coluna C e para-choque traseiro diferenciados. A Kia espera vender entre 30% a 40% de Picantos na carroceria de duas portas. O robustecimento não diz respeito somente à imagem. O Picanto cresceu para todos os lados: o comprimento de 3,60 metros é seis centímetros maior, enquanto a distância entre-eixos é 1,5cm maior, com 2,38m. A capacidade do porta-malas é de 200 litros, 27% maior.
POR DENTRO Tal como fora, por dentro tudo lembra um modelo da Kia, com pequenas diferenças de escala. É o caso do volante de três raios, que adotou formato de apenas dois raios, mas manteve os botões de atalho presentes nos Kia mais caros, que também emprestam os instrumentos em copos. O aparelho de som integrado ao painel é ladeado por duas saídas de ar, outra semelhança, a exemplo do ar-condicionado digital, tudo sublinhado por uma faixa de plástico prateada.
O motor mais potente continua a ser 1.2 de 85cv e 12,3kgfm de torque, só que de uma geração mais moderna. A opção 1.0 foi mantida, só que como três cilindros em duas versões: a gasolina ou a gás liquefeito de petróleo, GLP, popular em alguns países europeus, como a Itália. O motor a gasolina agora entrega 69cv e 9,7kgfm, contra 64cv e 8,9kgfm do modelo 1.0 atualmente vendido por aqui — a versão importada para cá será essa. As opções de câmbio continuam sendo o manual de cinco marchas ou o automático de quatro velocidades. O pacote de itens de série e opcionais é variado e inclui ar-condicionado digital, entrada e partida sem chave, controles de som no rádio, espelhos retrovisores rebatíveis eletricamente, som CD/MP3 com USB e viva-voz Bluetooth, assentos aquecidos, além de sistema Start/Stop, que desliga o motor em paradas e o coloca em funcionamento na hora em que se acelera. Em matéria de segurança, estão lá freios ABS com EBD, controle eletrônico de estabilidade e até seis airbags. Itens que devem ajudar o carrinho no Brasil, onde é o segundo mais vendido da marca — era o primeiro até a chegada do Cerato —, ficando à frente do Soul.
