Para não fazer feio em casa, a Kia criou para o Salão de Seul o conceito Naimo, que toma emprestado elementos da cultura tradicional da Coreia do Sul para chamar a atenção no evento, que vai até domingo. Sem enfeitar demais o design definido como descomplicado pela Kia, o modelo traz homenagens discretas. Como o teto solar assimétrico, inspirado na padronagem da cerâmica Celadon, que também dita o tom da pintura verde jade. O nome, uma contração da palavra coreana Ne-mo, ou forma quadrada, já indica que o carro segue a orientação de quadrado sobre rodas. Estilo presente em outros urbanos moderninhos, a exemplo do Nissan Cube e o novo Fiat Uno, além do futuro nacional Citroën C3 Picasso. A proposta de cubo arredondado em geral prioriza o espaço interno, que também recebe uma força das rodas posicionadas nas extremidades da carroceria, como em um kart.
Além dos toques tradicionais, há espaço para elementos futuristas. O para-brisa envolvente dispensa limpadores, substituídos por jatos de ar de alta intensidade na base do vidro. Outro toque típico dos conceitos é o uso de microcâmeras no lugar dos retrovisores. O acesso ao habitáculo também não dispensa o jeitinho de show car, sem coluna central e com portas traseiras do tipo suicida.
São 3,89 metros de comprimento, apenas 7 centímetros a mais que um Fiat Palio, mas que parecem maiores diante dos 1,84m de largura, 1,58m de altura e bons 2,64m de distância entre-eixos, que é suficiente para acomodar quatro passageiros. A ambientação também foi projetada com os olhos nas tradições artesanais do país, com carvalho coreano nos detalhes do painel e piso, além dos revestimentos de painel feitos em papel do tipo Han-ji. O futuro fica representado em telas sensíveis ao toque para todos os passageiros e também pelo quadro de instrumentos translúcido em LEDs orgânicos, mais econômicos.
VERDE Como a cor verde faz suspeitar, o Naimo conta com motor elétrico capaz de gerar energia equivalente a 109cv e 28,5kgfm de torque, quase o dobro de força que teria um propulsor a gasolina equivalente. É o bastante para levá-lo aos 150km/h, limite que só não é maior por conta do consumo elevado de energia em altas velocidades, que iria tolhir a autonomia de 200 quilômetros. O alcance é auxiliado ainda pelo uso de pneus de baixa resistência ao rolamento em rodas aro 20. As baterias são de íons de lítio e levam até 5 horas e meia para ser recarregadas em uma tomada convencional. Se plugadas em uma rede de alta voltagem, podem alcançar 80% da carga em práticos 25 minutos. Uma possibilidade viva já no presente, em um carro inspirado no passado e no futuro.
