De São Paulo - A JAC começou pelo filão povoado dos compactos. Mas agora a marca chinesa se dedica ao desguarnecido segmento dos monovolumes médios, com o J6, com o qual pretende levar vantagem sobre os concorrentes desatualizados, à exceção dos Nissan Livina e Grand Livina, ou mais caros e requintados, caso do Citroën Grand C4 Picasso. A versão básica tem cinco lugares e parte de R$ 58.800, enquanto a topo Diamond sai por R$ 59.800. Altos, os preços se justificam em parte pela lista de itens, que traz ar-condicionado digital, direção hidráulica, trio elétrico, banco e volante ajustáveis em altura, CD/MP3 com adaptador USB, rodas de liga aro 16, sensores de estacionamento traseiro, além de freios ABS e duplo airbag.
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De opcionais, apenas bancos em couro por R$ 1.400 (ou R$ 1.800 para sete), rodas de liga leve aro 17, por R$ 1.600, e pintura metálica a R$ 1.190, o que pode elevar a cifra para R$ 63.900. Não é uma pechincha chinesa, mas é competitivo e tem garantia de seis anos. Movido só a gasolina, o motor 2.0 16V é exclusivo para o Brasil – na China há um 1.8 16V de origem Mitsubishi – e gera 136cv de potência a 5.500rpm e apenas 19,1kgfm de torque a 4 mil rpm. O câmbio é manual de cinco marchas, sem opção de automático, que não será vendido.
Em imagem, o J6 tem estampa parecida com o do J3, laterais com vincos ascendentes, que terminam nas lanternas elevadas. Mas é só visual, já que o familiar é bem mais corpulento, com 4,55metros de comprimento, 1,66m de altura, 1,78m de largura e bons 2,71m de distância entre-eixos. O empresário Sérgio Habib, que representa a JAC, desqualificou a Grand Livina, um “compacto esticado” em sua visão. Só que junto com o menor Livina, o Nissan tem vendas superiores a 1.300 unidades/mês na média do primeiro semestre do ano e também luta pelo lado do custo/benefício e conta com caixa automática.
IMPRESSÕES O painel com parte superior envolvente tem partes macias. Porém, falta cobertura da coluna de direção, que ao ser regulada em altura (o único ajuste) deixa à mostra chapas com ponto de solda. Para tentar emprestar requinte, painel e puxadores da porta têm pintura metalizada e detalhes cromados. Não facilita o ajuste do retrovisor no painel nem o velocímetro que, para dar o que a JAC chama de efeito tridimensional, tem dispensável moldura plástica. Ao trancar ou destrancar, continua sendo necessário recorrer aos pinos, um toque vintage. Os ajustes lombar e de altura por roldanas são igualmente antigos. Já o acesso e espaço na terceira fileira de bancos são suficientes para pessoas de estatura mediana para baixo, enquanto a fileira central tem bancos separados, com ajuste de inclinação do encosto e lugar para até três pessoas. O porta-malas engole 720 litros, segundo o fabricante, que caem para 198 litros com os dois bancos no lugar.
O comportamento é família como o J6. A direção é sedada em alta e um pouco dura em manobras. O câmbio tem engates resilientes e ruidosos. As relações longas deixam o giro abaixo de 3 mil rpm a 100km/h, mas o preço da relativa quietude é o desempenho plácido, até por conta dos 1.500kg de peso. A JAC anuncia aceleração até 100km/h em 13,1 segundos e velocidade máxima de 183km/h. A suspensão deixa o J6 rolar em curvas e embicar em frenagens, sem contudo filtrar muito as imperfeições do piso, por conta das rodas aro 17 em pneus de perfil baixo 215/45 – opcionais. A impressão é de que o J6 jogará com o fato de o segmento estar meio abandonado para vender de 1 mil a 1,5 mil unidades/mês, como aposta a JAC.