Se não fosse pela pandemia do coronavírus, hoje a Fiat estaria lançando a segunda geração da sua picape compacta Strada. Último modelo derivado do extinto Palio e 22 anos após seu lançamento, a primeira geração dá as boas-vindas à sua sucessora em uma posição bem confortável, como comercial leve mais vendido do país.
E, como tirar de linha um modelo tão vitorioso? Não tirando! Por enquanto, a Strada antiga vai continuar sendo vendida, atendendo a quem precisa da versão de entrada apenas para o trabalho. Mas vamos à nova Strada, que, por sorte, tivemos a oportunidade de conhecer e rodar antes desses tempos de isolamento social, home office e happy hour pelo computador.
DESIGN
No início a comparação com a picape intermediária Toro será inevitável, já que a lateral lembra muito a irmã mais velha, principalmente nas caixas de roda encorpadas, a linha de cintura alta e as lanternas. Mas, focando na dianteira, a nova Strada tem personalidade própria, apesar de 25% dos componentes serem de outros modelos, como o para-brisa e as portas dianteiras emprestadas do Mobi.
A nova Strada tem 4,47 metros de comprimento (um ganho de 4 centímetros) e 2,73m de entre-eixos (%2b 2cm). Mas, ao contrário do que esperávamos, o porte da picape não é maior do que a anterior e, diferente do que muitos vão falar, não é como uma Duster Oroch (que é adversária da Toro).
A picape terá duas opções de carroceria: uma com cabine dupla de quatro portas, homologada para levar cinco pessoas, diferente da antiga de três portas e capacidade para apenas quatro ocupantes; e a outra de cabine simples, mas, diferente do que esperávamos, sem espaço para pequenos objetos atrás dos bancos (como nas estendidas), como os vidros vigia atrás das janelas sugeriam.
INTERIOR
O painel é praticamente o do Fiat Mobi, com o mesmo quatro de instrumentos. O volante com base achatada é novo. Acima da tela central tem comandos como o pisca-alerta, faróis de neblina e luz da caçamba. Com vasto uso de plástico, o acabamento é simples demais, o que fica mais evidente na versão de topo Volcano, que ao menos tem bancos revestidos parcialmente em couro.
ESPAÇO
A coisa sempre aperta mesmo é no banco de trás. Em relacão à geração anterior, houve ganho de espaço para as pernas. Mas o encosto do banco continua com o ângulo muito fechado em relação ao assento, o que causa desconforto. Com as quatro portas, o acesso ficou bem mais prático e confortável que a antiga e curiosa solução das três portas.
CAÇAMBA
Diferente da portas bipartidas da Toro, a tampa da caçamba da nova Strada tem abertura convencional. Mas temos evoluções, como um sistema de mola que torna a abertura e fechamento bem mais leve que o atual. O estepe agora fica sob a caçamba e não lhe rouba espaço, mas com a desvantagem do manuseio ruim.
A carroceria com cabine dupla teve o volume da caçamba ampliado de 680 litros para 844l, enquanto a de cabine simples foi de1.220l para 1.354l. Pelo menos na versão dupla, que tivemos contato, o espaço parece o mesmo de sempre (ou seja, não cabe muito coisa!). Talvez o ganho em volume tenha sido obtido com o aumento da altura da caçamba.
CONTEÚDO
De série, destaque para controle eletrônico de tração e estabilidade, bloquio eletrônico do diferencial (que substitui o antigo sistema Locker), assistente de partida em rampa e quatro airbags (frontais e laterais). Na versão de topo Volcano, destaque para os faróis de LED (porém as setas são de lâmpadas halógenas).
CONECTIVIDADE
A nova geração da central multimídia tem tela tátil de 7 poolegadas e traz como principais novidades espelhamento sem fio com o smartphone.
MOTORES
Além da Strada antiga, o motor 1.4 Fire, com até 88cv de potência e 12,5kgfm de torque (com etanol), equipa a nova Strada na versão de entrada Endurance. Já o motor 1.3 Firefly, com até 109cv e 14,2kgfm (e), equipa a versão intermediária Freedom e a de topo Volcano. Em ambos os casos, com câmbio manual de cinco marchas. Porém, posteriormente, espera-se pela opção do câmbio automático CVT, mas apenas casado com o propulsor 1.3.
RODANDO
Rodamos com a Nova Strada equipada com o motor 1.3 Firefly e câmbio manual de cinco marchas. Este motor não chega a entregar o desempenho do 1.8 E.torQ, mas em compensação o consumo de combustível bem mais baixo e vale a troca. Como veículo destinado a carga, o câmbio tem uma primeira marcha mais reduzida. Apesar de manter a robusta suspensão de eixo rígido, a evolução no conforto de rodagem é notavel na versão de topo, mas pode ser que a cabine simples tenha comportamento diferente. A direção tem assistência elétrica, com pesoas adequados para cada situação.
PREÇOS
A nova geração é benvinda, mas não há motivo para remarcar a etiqueta. Mesmo porque o preço da Strada antiga já era caro, o que provavelmente era aplicado porque 95% das vendas eram feitas com desconto por vendas diretas. A versão de entrada continua sendo o modelo antigo, versão 1.4 Working com cabine simples, que hoje custa R$ 54.990.
Já a nova Strada deve partir da casa dos R$ 65 mil, na versão 1.4 Endurance CS, e R$ 72 mil na 1.4 Endurance CD. A versão intermediária 1.3 Freedom CS fica na faixa dos R$ 73 mil e a 1.3 Freedom CD por volta de R$ 80 mil. A versão de topo 1.3 Volcano, oferecida apenas com cabine dupla, deve custar cerca de R$ 85 mil.
VÍDEO
E aí, curtiu a nova Fiat Strada?
Então confira mais sobre o modelo no vídeo a seguir...