Arqueologia mecânica, da Editora Alaúde, é uma sugestão de leitura para quem pretende ingressar no universo da restauração de veículos antigos. Seu autor, Rubem Duailibi, que se dedica a esse ?vício? há mais de 30 anos, usa o termo "arqueologia mecânica" para descrever a arte de encontrar, comprar, reformar, colecionar e vender veículos antigos. O formato escolhido não foi o de um manual. As dicas são passadas à medida que o autor conta suas experiências pessoais nesse ramo.
Segundo ele, o mais importante é ter o foco do que se quer colecionar. Duailibi optou pelos carros antigos clássicos com algum apelo de design. O colecionador, que começou pelos Porsches, conta no livro sua saga atual em busca das BMW 1600 GT, modelo raro, que teve apenas 1.002 unidades fabricadas, sendo que dessas apenas 12 vieram para o Brasil.
E não é preciso ser um milionário para ter o prazer de colecionar um veículo. O autor conta que existem muitas categorias de carros que são colecionáveis, nacionais ou importados. Ele recomenda que no começo seja escolhido um modelo que tenha peças fáceis de serem encontradas, como um Fusca. A primeira coisa a se fazer antes de começar uma coleção é encontrar um espaço para desenvolver a atividade.
Antes de adquirir um veículo, também é fundamental pesquisar onde encontrar peça sobressalentes para aquele veículo. Tomando como base suas experiências, Duailibi afirma que, se por um lado existem peças muito difíceis de se encontrar, por outro existem funileiros excelentes que podem fazer uma porta nova ou restaurar totalmente qualquer veículo.
Faturando
Para se ganhar dinheiro nesse negócio é preciso perceber as tendências, o que será valorizado no futuro, para comprar os veículos a serem restaurados enquanto estão desvalorizados. Ao encontrar o veículo procurado, é preciso ser rápido, para não perder o negócio. Por isso, é importante ter um foco no que se quer colecionar, para ter de antemão algum conhecimento do produto, se determinadas peças são originais e se é viável recuperá-lo. Para isso, não pode ter vergonha nem preguiça para analisar o carro por completo.
Se estiver faltando alguma peça, vale a pena vasculhar a garagem inteira à procura de qualquer componente que possa estar perdido. Isso porque existem peças difíceis de serem encontradas no mercado, como o velocímetro original de alguns modelos. E se o dono do carro não estiver com vontade de vendê-lo, o conselho dado pelo autor é ter paciência e perseverança.
Depois de reformado, se o dono se cansa de andar no carro é hora de vendê-lo e começar a procurar outro imediatamente. Na hora de vender o automóvel, Duailibi recomenda redigir anúncios curtos e criativos. Para despertar a curiosidade, o texto não deve trazer o preço do veículo. "Assim é o mercado: o que é meu vale ouro, o dos outros é lixo", define o autor, alertando para quem ainda não é do ramo confiar no valor de seu veículo e procurar saber o valor real do produto que lhe está sendo oferecido.
Sem demagogia
Duailibi não tem aquela conversa demagoga de que os veículos de coleção não estão à venda. "Para mim, cada carro vendido gerou outros, que geraram mais prazer", conta o autor, que também não condena as modificações em veículo antigos, como os hot rods. Porém, ele não deixa de alertar que os carros antigos valem mais por sua originalidade.
Outra dica que está no livro é o valor dado por alguns colecionadores aos matching numbers, quando a numeração do chassi e do motor são iguais. Alguns colecionadores contestam esse valor por considerar mais importante andar e ter prazer com o veículo, independentemente desses números. Animou? O livro pode ser comprado nas livrarias ou pelo site www.alaude.com.br.