A Hyundai carecia de peso entre os compactos norte-americanos, médios para o padrão brasileiro. Até a sua quarta geração, o Elantra não emocionava em desenho e se destacava mais pela fórmula do custo-benefício. Em vendas, nem pensar em chegar perto dos líderes Toyota Corolla e Honda Civic. Só que a marca deseja mudar sua sorte no segmento, o que deixou bem claro na abertura do Salão de Chicago. No evento, que abre à imprensa hoje e ao público no próximo dia 10, a companhia sul-coreana apresentou o Elantra em carroceria cupê. É basicamente a mesma estratégia da controlada Kia com o Koup, o Cerato cupê.
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Para engrossar a sua presença no segmento, o segundo maior entre os carros de passeio, a marca também apresentou o hatch médio Elantra GT. Mas não se trata de uma estreia mundial e sim do lançamento norte-americano do i30, que chega aqui esse ano. Só fica faltando a perua. Tudo para incrementar as vendas, que surpreenderam no ano passado, com 186 mil Elantras vendidos nos Estados Unidos, 41% a mais, o que ajudou a companhia, que tem fábrica em Montgomery, Alabama, a ultrapassar pela primeira vez a marca das 600 mil unidades/ano no país, chegando aos 645 mil carros.
No segmento dos médios, além da Kia, somente a Honda investe pesado nos cupês, como o novo Civic duas portas, o principal concorrente citado pela Hyundai. Em comparação ao modelo japonês, o Hyundai leva vantagem em potência. Seu motor 1.8 16V gera 150 cv de potência, contra 140 cv do Honda, além de gerar 18,1 kgfm de torque. Lembrando que ainda não foi lançado o novo Civic Si. Tanto o câmbio manual quanto o automático sequencial possuem seis marchas. A marca divulga consumo médio de 10,5 km/l, o que classifica o carro como modelo de alta eficiência energética em alguns estados americanos.
Além das duas portas de tamanho obviamente maior, o cupê não se afasta tanto em estilo do sedã. Nisso, parece o que se chamava antigamente de sedã de duas portas. Em tamanho também é o mesmo: o comprimento é de 4,53 metros e a distância entre-eixos mantém os 2,70 m. O modelo sequer mudou na altura de 1,43 m. O estilo segue a linha de design batizada como escultura fluída e foi cunhado no estúdio da marca na Califórnia. O coeficiente de penetração aerodinâmico é baixo, de 0.28. Para ajudar na diferenciação, o cupê tem três cores exclusivas em relação ao sedã: branco Mônaco, preto noir perolizado e vermelho vulcânico.
Serão duas versões, a básica GS e a top SE. Embora ambos tenham ganhado um ajuste mais esportivo da suspensão (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira), o SE se destaca pela maior dureza e pelo conjunto de rodas 215/45 aro 17, contra as rodas aro 16 em pneus 215/55 do GS, além de ter spoiler traseiro. Em matérias de equipamento, o básico traz som com 172 watts seis auto-falantes e entradas auxiliares, sendo que o SE acrescenta um sistema com 360 watts e amplificador, além de navegador com tela de sete polegadas e câmera de ré, afora itens de segurança como seis airbags (dianteiros frontais e laterais e do tipo cortina), freios ABS e controles eletrônicos de tração e estabilidade. Curiosamente, os freios são a disco nas quatro rodas, como no sedã norte-americano, enquanto o Elantra trazido para o Brasil tem freios a tambor traseiros.