De Itupeva (SP) - Depois de ensaiar seu lançamento durante alguns anos e inclusive exibir o modelo durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em 2010, a Honda apresentou a nova Transalp 700, mirando a liderança do segmento das motos de utilização mista – cidade e campo – de média cilindrada. O pacote inclui uma versão equipada com freios do tipo C-ABS e uma história que começou ainda em 1987, com motor de 583cm³, saltando em 2000 para 647cm³, junto com uma plástica de atualização no estilo. Em 2008, recebeu a mais recente modernização mecânica e de estilo, que agora também chega ao Brasil, via Manaus, Amazonas, equipada com motor de dois cilindros em V, inclinados em 52 graus, de 680cm³, com refrigeração líquida e injeção eletrônica de combustível.
O interessante é que o propulsor foi herdado do pacato modelo touring Deauville (não comercializado no Brasil), que, porém, recebeu um ajuste no cabeçote, para adequação à nova utilização. A potência atinge 60cv a 7.750rpm e o torque chega a 6.12kgfm a 6.000rpm, permitindo um câmbio de cinco marchas. Para tornar a vida da nova Transalp 700 mais fácil no mercado, o modelo Varadero 1000, também equipado com motor de dois cilindros em V, até então representante da marca no segmento, subiu do telhado e saiu de linha, desobstruindo o caminho. Na verdade, a Varadaro 1000 estava patinando na preferência do consumidor frente à concorrência e precisava mesmo de uma substituta.
VISUAL A nova Transalp 700 tem um visual mais conservador, caracterizado pelo grande farol ovalado, quase redondo, típico das motos dos anos 1970, com dupla lâmpada (fachos alto e baixo), envolto em uma minicarenagem, que também abriga um pequeno para-brisa, bastante útil em velocidades elevadas, melhorando bastante o conforto aerodinâmico. A concessão fica para o grafismo do tanque de 17,5 litros, que tem um diagrama com as coordenadas geográficas (que pode abastecer um GPS) de Col de La Bonette, no Sul dos Alpes Franceses, que é um dos lugares mais altos da Europa, acessível por motos convencionais. Isso para reforçar o apelo aventureiro do modelo, que leva os Alpes em seu próprio nome.
Por outro lado, o aro dianteiro, em alumínio, que era de 21 polegadas de diâmetro na versão anterior, foi reduzido para 19 polegadas, melhorando a agilidade no asfalto, mas piorando na terra. O pneu também é mais apropriado para o asfalto, ou para viagens. A Honda disponibiliza ainda uma versão equipada com freios C-ABS, incompatíveis com a terra. O painel mescla um conta-giros do tipo analógico redondo, com tela digital retangular, que abriga as demais informações, incluindo um relógio. Na traseira, a Transalp 700 conta com um bagageiro pronto para receber o bauleto e carregar a tralha com segurança.
ANDANDO O banco, com 837mm de altura, oferece conforto para encarar percursos maiores, assim como a distância entre-eixos, que aumentou 10mm em relação ao modelo anterior, passando para 1.512mm, enfatiza ainda mais a vocação para percursos em estradas com bom pavimento. Na terra, as limitações dos pneus, com medida de 100/90 na dianteira e 130/80 na traseira, com aro 17 polegadas, não permitem encarar estradas de terra mais pesadas, embora mantenha a versatilidade do modelo, que pode encarar as irregularidades do dia a dia com maior conforto, por conta das suspensões de longo curso. Na dianteira, garfo telescópico com 200mm de curso e, na traseira, amortecedor único, com 173mm de curso.
Pilotar a Transalp 700 é uma tarefa quase intuitiva, já que o guidão e os comandos casam naturalmente, sem necessidade de ajustes. Os dois cilindros em V aceleram fácil, apesar de o torque aparecer em uma faixa ligeiramente mais alta. Já os freios contam com dois discos na dianteira – 256mm de diâmetro – e outro simples na traseira – 240mm de diâmetro. Na versão com sistema C- ABS (205kg, contra 201kg de peso a seco), os freios são acionados simultaneamente, com intensidade modulada, independentemente da vontade do piloto, o que aumenta bastante a segurança. A versão standard tem preço sugerido de R$ 31.800, sem frete e seguro, e a versão com C-ABS, R$ 34.800, base São Paulo.
