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Honda CR-V - Mantendo as aparências

Crossover médio desembarca com desenho que segue os preceitos do antecessor, mas esconde uma reforma extensa e a oferta de uma inédita versão básica manual que parte de R$ 84.700

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De Indaiatuba, SP – A Honda não estava disposta a arriscar muito na hora de criar a quarta geração do CR-V. Pudera, a terceira encarnação consolidou o modelo como o crossover mais vendido dos Estados Unidos e, por aqui, também tinha a liderança entre os médios. Então a marca manteve as linhas básicas e as proporções, além de aproveitar componentes e boa parte da base, uma maneira de economizar no desenvolvimento. O modelo chega do México com outras novidades como a versão básica LX manual,m que acena com preço de R$ 87.700. É convidativo, mas a versão servirá mais como chamariz, já que responderá por apenas 8% das vendas. O grosso será preenchido pelo LX automático de R$ 87.900 e pelo top EXL 4WD que sai por R$ 102.300.

 

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O 2.4 16V usado lá fora pagaria uma alíquota maior de IPI no Brasil, então o 2.0 16V foi mantido e passou por uma reforma que deu 155cv (5cv a mais) de potência a 6.500 rpm e 19,4 kgfm de torque a 4.300 rpm. O câmbio manual de seis marchas do básico é inédito, porém o automático de cinco marchas e o mesmo de antes e ainda não incorporou mecanismo de trocas sequenciais. A tração integral está disponível apenas no EXL e é do tipo que repassa a força para o eixo traseiro sob demanda, ou seja, quando é necessário. Segundo a marca, o sistema acopla mais rapidamente na nova geração.



O CR-V foi na contra-mão dos modelos que estão crescendo a cada geração. Agora são 4,53 metros de comprimento, 4 cm a menos, enquanto o entre-eixos permanece com 2,62 m. O estilo perdeu a grade projetada com entrada de ar logo abaixo. Agora a porção frontal está mais integrada e a grade se tornou um escudo que se une ao capô e se estende aos faróis. O perfil manteve as cavas de rodas bojudas e inova apenas na linha dos vidros, que se torna ascendente após a coluna B e forma um ângulo mais fechado ao final, que é replicado pelo formato da coluna e das lanternas traseiras.

Entre os itens de série, o CR-V LX traz previsíveis ar-condicionado, direção elétrica, coluna de direção ajustável em altura e profundidade, banco do motorista com regulagem de altura, sistema de som CD/MP3 com entradas auxiliares, trio elétrico, freios ABS e duplo airbag, além de câmera de ré e 3 anos de garantia. Airbags laterais e do tipo cortina e controles de estabilidade e de tração só no EXL, que soma bancos de couro, teto solar elétrico, assistente de partida em ladeiras, entre outros.

 

Novo CR-V será tema de reportagem no programa Vrum. Veja a chamada com Sérgio Melo: 

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Se o exterior não parece ter mudado por completo, o interior, por sua vez, exibe painel totalmente diferente. Sai o arranjo típico dos carros nipônicos e entram equipamentos compartilhados com o novo Civic. É o caso da tela LCD do i-Mid, sistema que mostra dados do veículo, do som e também imagens da câmera de ré. O top EXL ainda tem tela central sensível ao toque, que integra aparelho de som e navegador GPS. O câmbio continua em posição elevada no console, que foi prolongado e conta agora com lugar para a alavanca do freio de mão (antes era por pedal). O acabamento não emociona: plásticos rígidos estão por toda parte, nem sempre texturizados, embora a montagem seja boa. Do Civic também veio o modo Eco: a iluminação em volta do velocímetro vai do tom branco (bebedor) ao verde (econômico) como orientação. As reações também ficam mais suaves e o ar-condicionado passa a aproveitar mais o ar gelado interno para manter a temperatura sem tanto esforço.

Para fugir da alíquota maior de ipi do motor 2.4, a Honda manteve o propulsor 2.0 16V



O espaço é bom para cinco passageiros, no que colabora o assoalho traseiro plano. Todos contam com cintos de três pontos e encostos de cabeça. O estepe é convencional, mas o porta-malas tem espaço para 589 litros, segundo a marca. O banco traseiro bipartido na escala 40/60 ganhou novo mecanismo de rebatimento. São duas alavancas logo na entrada do porta-malas, uma de cada lado, cada uma responsável por rebater uma parte do encosto. Ao rebater, o assento do banco escamoteia para frente, deixando o encosto bem alinhado ao piso do compartimento.

Porta-malas conta com 589 litros de capacidade



ANDANDO O teste foi realizado em uma pista fechada travada, a Fazenda Capuava, e só foi possível avaliar o comportamento dinâmico do carro. O CR-V é um sedã médio em quase tudo, até na base, como também no desempenho apenas adequado do 2.0 16V. Pudera, são 1.592 kg que só parecem mais ágeis na versão manual. Mesmo na versão com tração dianteira, o equilíbrio em curvas é afinado, sem adernar demais ou dar mostras de instabilidade. No EXL com tração integral e salvaguardas eletrônicas, esse comportamento é ainda mais estável, sem intervenções bruscas dos controles de tração e de estabilidade. Nisso ajudam as rodas aro 17 em pneus 225/60 disponíveis em ambas versões. A direção elétrica é calibrada para o conforto. Não chega a ser imprecisa, mas não comunica nada do que ocorre com o carro. Os freios a disco nas quatro rodas (rígidos atrás) são eficientes e bem modulados. No geral, a impressão que o carro ficou mais Civic (com o qual compartilha a base) do que nunca fica ainda mais clara após dirigi-lo.