A tecnologia que permite acompanhar pelo computador todo o caminho percorrido pelo veículo é apenas uma das possibilidades do rastreador MTC 400, produzido pela Maxtrack, cuja fábrica, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem inauguração prevista para maio. Para a unidade mineira, será destinada a plataforma MTC 600, equipamento bastante superior. Outra novidade é o MTC 500, com custo intermediário, porém também com as funções de navegação por satélite e de comunicação com a central eletrônica do veículo. O diretor da empresa, Etiene Guerra, não revela com qual montadora negocia, mas garante que o projeto é para veículos ?populares? e acredita que, em dois meses, a parceria já esteja fechada, com o produto no mercado ainda este ano.

Internet

Uma das principais vantagens do produto é permitir que o proprietário acompanhe a trajetória do veículo pela internet, o que não exclui a existência de uma central de monitoramento de padrão tradicional. A captação do sinal é feita por GPS (satélite) e transmitida à central por GPRS (rede de telefonia celular).

Uma das possibilidades oferecidas pelo equipamento, conforme explica o sócio e administrador da empresa Telecom Track ? uma das distribuidoras da Maxtrack em Minas ?, Igor Leonel, é a cerca eletrônica: cria-se uma espécie de barreira próxima a uma determinada rota; se o veículo ultrapassar os pontos marcados, um sinal é enviado à central. A programação permite, por exemplo, que seja bloqueado. ?As possibilidades são muitas. O cliente molda de acordo com a necessidade?, afirma Leonel. Outra opção é o monitoramento de pontos de controle: ?Sempre que o veículo passar em determinado ponto, é transmitido um aviso?, continua. Em caso de furto ou roubo, há grande probabilidade de recuperação, já que é possível obter relatório com as localizações antes e depois do crime.

As informações são repassadas à central de minuto em minuto. No caso do veículo estar em área sem sinal, as informações continuam sendo armazenadas e são descarregadas, quando houver sinal. Há 16 pontos de instalação, que ficam invisíveis no carro. Nem o cliente sabe onde ficam. Para veículos de carga, existem dois tipos de teclado, que permitem a comunicação da empresa com o motorista, sensor de abertura de porta e trava de baú. A empresa prefere a instalação por comodato, em que se paga uma taxa de instalação de R$ 1.220 e monitoramento mensal de R$ 120 (kit básico para pessoa física).

Multimídia

Desenvolvido para rede de modernização de transporte urbano (ônibus) do Chile, o MTC 600 é produzido na filial da Maxtrack de Taiwan (a matriz fica em Ilhéus na Bahia) e será fabricado também em Betim, já com atualizações. Etiene Guerra afirma que o MTC 600 é uma plataforma com tecnologia muito superior à do modelo 400. Além de ter as mesmas funções, é dotado de quatro câmeras e transmite imagem em tempo real. Outra atividade é a do acelerômetro, que reconhece a maneira de dirigir do motorista, podendo diagnosticar falhas, avisar o motorista por sistema de voz e evitar acidentes. O equipamento tem, ainda, reconhecimento da voz do motorista que, falando uma palavra-chave, pode comunicar à central, por exemplo, que está sendo assaltado. Guerra calcula que o equipamento custará cerca de R$ 3 mil no Brasil.

Navegação

Ao contrário dos equipamentos de navegação já comercializados no país, que são portáteis, a Maxtrack pretende desenvolver um produto que seja integrado ao painel e com a função de rastreador. O dispositivo reproduziria apenas setas e vozes indicativas do caminho, conforme permitido pela legislação brasileira (Resolução 190, do Conselho Nacional de Trânsito), que proíbe o uso de mapas com o veículo em movimento. Para isso, a empresa deverá usar a plataforma MTC 500, que possibilita baixo custo para o consumidor final, e estuda parceria com montadoras. Pelo MTC 500, também será possível a comunicação com a central eletrônica do carro.